Três dos seis sonetos selecionados pelos escritores Salim Miguel e Eglê Malheiros foram musicados pela Orquestra da Unisul e serão apresentados amanhã, 24, no Teatro Álvaro de Carvalho, por ocasião da entrega do prêmio que leva o nome do maior simbolista do Brasil. O maestro Patrick Cavalheiro disse que os sonetos em si já têm uma força musical muito forte e “esperamos ter captado bem toda ideia expressa pelo poeta”.
A solenidade no TAC é promoção da Fundação Catarinense de Cultura e conta com a participação da Orquestra da Unisul que, também fará distribuição de livros editados por sua Editora sobre o poeta simbolista. As publicações serão lançadas no dia 25 na Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição. A receita da vendas dos livros será destinada à Barca.

Cruz e Sousa nasceu na antiga Desterro, hoje Florianópolis, onde seus restos mortais estão guardados, no Palácio que leva seu nome e que por muitos anos foi a sede do governo do estado.

A musicalidade é características dos poemas do maior simbolista brasileiro, pelo uso de fonemas em versos sequenciais. Além disso, o poeta marca suas obras pelo individualismo e sensualismo. Apesar de a sua obsessão pela cor branca ter levado alguns críticos a considerá-lo omisso em relação à questão da raça negra, Cruz e Sousa defendeu o fim da escravatura e dirigiu jornal abolicionista. A sua familiaridade com a língua, o permitiu identificar-se com grandes escritores franceses, entre os quais Baudelaire. Entre obras do poeta desterrense, “Broquéis”, “Missal”e “Tropos e Fantasias”.

Os sonetos “O Assinalado”, “Velho Vento”e “Assim Seja” foram musicados pela Orquestra da Unisul e, na apresentação, também serão interpretados por Karolyne Liesenberg.

– É uma honra participamos desta grande homenagem ao grande poeta simbolista. Os sonetos selecionados já são, em si, identificados pela musicalidade e esperamos corresponder ao talento de Cruz e Sousa, disse o maestro Patrick Cavalheiro.
Os dois livros sobre Cruz e Sousa, a serem lançados neste dia 25, são reedições destinadas a resgatar obras valiosas e esgotadas. O “Cruz e Sousa – Poemas “, é de autoria da professora, escritora e tradutora Eglê Malheiros.
– Este livro foi lançado em 1998 por ocasião dos 100 anos de morte do poeta. E teve por objetivo contribuir a uma melhor compreensão das obras do poeta simbolista por professores e estudantes, explica Eglê.
O segundo livro é constituído de palestras de grandes pensadores e escritores catarinenses, e organizado pelo jornalista e escritor Salim Miguel. Foi lançado em 1961 por ocasião do centenário de nascimento de Cruz e Sousa. Meio século depois, é reeditado para a comemoração do sesquicentenário de nascimento do simbolista.
– A Editora Unisul está dando uma contribuição significativa ao resgate e à valorização da cultura catarinense, acentua Salim.

Os dois livros serão lançados simultaneamente na Barca dos Livros, dia 25, sexta-feira, às 20 horas, na Lagoa da Conceição, ocasião em que também haverá palestras em homenagem ao poeta florianopolitano.

Centenário de Cruz e Sousa – Interpretações

Sete grandes pensadores e escritores de Florianópolis participaram, em 1961, de um ciclo de conferências sobre Cruz e Sousa, por ocasião do centenário do seu nascimento em Desterro, hoje Florianópolis. Por iniciativa do Governo do Estado, essas palestras foram publicadas em livro organizado pleo escritor Salim Miguel, intitulado “Centenário de Cruz e Sousa – Interpretações”.

Decorridos 50 anos, o livro é reeditado pela Editora Unisul em razão, principalmete, da atualidade e riqueza das análises e discussões sobre as obras do grande simbolista brasileiro, e também para valorizar, ainda mais, as comemorações dos 150 anos de nascimento do poeta desterrense.

Cruz e Sousa – Poemas

Cruz e Sousa – Poemas é uma obra que a escritora e professora Eglês Malheiros escreveu com a preocupação de envolver professores e alunos na compreensão dos poemas e prosas poéticas do grande simbolista brasileiro, de alcance internacional.

O livro lançado em 1998, por ocasião do Centenário da Morte do poeta. Decorridos 13 anos, o livro ganha um segunda edição para a comemoração do sesquicentenário de nascimento de Cruz e Sousa, ocorrido na antiga Desterro, hoje Florianópolis.

Eglê observa que é preciso que as novas gerações tomem contato com a obra ímpar deste que “entre raios, pedradas e metralhadas,/ficou gemendo, mas ficou sonhando”.