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quinta-feira, abril 18, 2024
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Hospital Universitário terá a maior ala de queimados do Estado

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Hospital Universitário terá a maior ala de queimados do Estado

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A estrutura do terceiro andar já está sendo concluída

Uma área para atendimento a queimados e vítimas de acidentes com produtos perigosos está sendo construída no Hospital Universitário (HU), em Florianópolis. Três novos andares estão sendo feitos sobre a lavanderia já existente, mas somente o último, com uma área de 600m², vai ser destinado à ala. A construção começou em janeiro deste ano, com verba estimada de R$ 8,4 milhões, sendo R$ 2,4 milhões para a estrutura física e R$ 6 milhões para os equipamentos. O prazo para execução da obra é de um ano e, para entrar em total funcionamento, a unidade vai precisar de mais seis meses.

O espaço vai contar com sala de primeiro atendimento, posto de enfermagem e higienização, balnoterapia (setor para curativo com lavagem da ferida), banheiros, unidade de terapia intensiva (UTI) e centro cirúrgico. Os pacientes vão ficar isolados em quartos individuais e não precisarão ser removidos para outras alas do hospital, o que diminui o risco de infecções, afirma diretor da entidade, professor Felipe Felício. Além disso, a ala terá 12 leitos e o segundo banco de pele do país.
Para prestar o atendimento, cerca de 50 pessoas serão selecionadas por meio de concurso, para formar uma equipe que engloba cirurgiões, psicólogos, médicos, residentes, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais. “Uma unidade de queimados é como ser bombeiro. Ninguém fica torcendo para que eles trabalhem, mas se aparecer alguém temos que dispor de uma grande equipe para atendê-lo”, diz o vice-reitor da UFSC, Carlos Alberto Justo da Silva. O edital do concurso para contratar os novos profissionais está previsto para o começo do ano de 2012.

“A ala é uma necessidade, com estrutura para atender os grandes queimados”, diz Felício. Os pacientes catarinenses com ferimentos causados por queimaduras de alto grau vão receber em Florianópolis o tratamento que antes só teriam deslocando-se aos estados vizinhos. Hoje, as vítimas com mais de 30% do corpo queimado não conseguem atendimento especializado no Hospital Universitário e são levadas para outras cidades.

A iniciativa começou em 2007, quando o atual vice-reitor Carlos Alberto Justo da Silva era o diretor do HU. Em virtude do trânsito de cargas inflamáveis na região, no processo de duplicação da BR-101 já estava previsto um centro de atendimento onde os primeiros cuidados de pacientes com pequenas queimaduras poderiam ser feitos no local ao longo da rodovia. Paralelo a isso, em Florianópolis, não existia atendimento nas condições adequadas aos grandes queimados, o que é exigência para se ter um aeroporto internacional. Juntamente com a Secretaria do Estado da Saúde e o DNIT, o Hospital Universitário, que já tinha o setor de cirurgia plástica com alguns médicos especializados em feridas, encaminhou, então, o projeto da ala para a liberação dos recursos. “Às vezes o indivíduo é resgatado e não tem vaga. O Estado deve possuir uma rede que dê conta da demanda da sua população. Ter uma unidade de queimados como a do HU aumenta muito a porcentagem de sobrevivência desses pacientes”, diz o vice-reitor Carlos Alberto.

Segundo os dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), o agente que mais causa queimaduras são os líquidos superaquecidos (37% das ocorrências), sendo a maioria dos casos acidentes na cozinha. A faixa etária mais atingida é de crianças até 12 anos (33%). Entre os adultos, acidentes de carro e no trabalho, principalmente em indústrias que utilizam produtos inflamáveis, são os casos predominantes. Existem também as queimaduras internas que são provocadas por choques elétricos, atingindo pulmões, intestino e outros órgãos.

Antes de começar a funcionar, o setor passará por uma rigorosa inspeção do Ministério da Saúde, que só vai fornecer o credenciamento se a unidade se enquadrar nos parâmetros internacionais de atendimento às pessoas vitimadas por queimaduras. Um dos principais critérios de funcionamento dessa área é a esterilização. Para garantir que os ferimentos não infeccionem, cada quarto vai contar com uma antecâmara de isolamento, além de estrutura para limpeza cirúrgica e lavatório exclusivo para uso da equipe de assistência.

O Estado possui três unidades especializadas em queimaduras. Para adultos, há o Hospital Tereza Ramos, em Lages, e outras duas instituições infantis: o Joana de Gusmão, na Capital, e o Jeser Amarante Faria, em Joinville.

Mais informações: Felipe Felício / 3721-9164

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