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sexta-feira, abril 19, 2024
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Museu de Arte de Santa Catarina traz arte contemporânea em exposição coletiva

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Museu de Arte de Santa Catarina traz arte contemporânea em exposição coletiva

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A partir desta semana o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc),
administrado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), passa a ser a
casa da arte contemporânea de quatro jovens artistas: Raquel Stolf,
Traplev, Aline Dias e Julia Amaral. A montagem da exposição coletiva
começou ontem (17/10). A abertura está marcada para 27 outubro, às 19h30,
com visitação gratuita entre 28 de outubro de 2011 e 12 de fevereiro de
2012.

Os trabalhos são inéditos e foram doados recentemente ao Masc por meio do
Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça 2009 do Ministério da
Cultura/Funarte. A proposta foi idealizada pelos próprios artistas como
oportunidade de discutir e dinamizar a política de aquisição da
instituição, com a incorporação de trabalhos inéditos, desenvolvidos
especificamente para o Museu de Arte de Santa Catarina.

Sobre as exposições:

Assonâncias de silêncios:

Raquel Stolf apresenta os trabalhos Assonâncias de silêncios [coleção],
Assonâncias de silêncios [caixa de escuta] e Assonâncias de silêncios
[sala de escuta]. O primeiro é uma coletânea de silêncios sonoros,
gravados e/ou apropriados de diferentes contextos, sendo agrupados num CD
de áudio.

O segundo trata-se de um dispositivo para escutar o CD de áudio no espaço
expositivo, propondo experiências de imersão e sobreposição. A ação de se
posicionar para escutar silêncios numa caixa branca suspensa resulta numa
performance sutil e solitária para o espectador, solicitando um estado de
concentração.

O terceiro consiste no isolamento acústico de uma área dentro do espaço
expositivo, a partir da apropriação de uma cabine audiométrica branca, com
isolamento acústico de 40 decibéis.

Planos, validades e frustrações – sala 5:
Traplev criou uma nova sala-dispositivo para completar a série das
plataformas de dispersão Traplev Orçamentos, que se apresentam em espaços
de exposição e são mecanismos para abordar práticas específicas acerca dos
processos de negociações.
A exposição surge de um contexto específico que envolve operações
cotidianas de relações sociais.

Ficar de pé n.2:
Aline Dias mostra quatro trabalhos: Traças e Coluna de papel, duas
instalações; a série de fotografias Mofos, que parte da coleta e
observação de alimentos mofados, e um livro de desenhos intitulado
Empilhamentos.

Coluna de papel é uma instalação formada por 17,5 mil folhas de papel
empilhadas, de modo a ocupar toda a altura do o pé direito da sala (cerca
de 3,85m). Mofos consiste em um conjunto de 36 fotografias de dimensões
variadas. Traças é uma instalação feita a partir da coleta e concentração
de casulos vazios de traças nas dependências do museu pela sua própria
equipe técnica, apresentados no espaço de exposição através de uma linha
horizontal. As traças indicam o envolvimento da instituição na manutenção
do trabalho, mas também sinaliza as suas condições de conservação. E se,
por um lado, a escassez de casulos coletados indica a assepsia da
instituição, por outro, impede ou reduz significativamente a visibilidade
da obra de arte que integra seu acervo.

Meninas-elefante são blocos inseguros:
Julia Amaral parte de uma série de desenhos de pequeno formato, que
retratam repetidamente a figura de uma „menina-elefante‰. A instalação é
composta por um conjunto de desenhos e uma peça inflável de grande
dimensão em forma de menina-elefante.

Os pequenos desenhos, em geral feitos em cadernos de anotações ou papéis,
apresentam elefantes fêmeas com aspectos que lembram os seres humanos. São
retratadas sempre em estado de tristeza, cansaço, sonolência e
aborrecimento. Os desenhos conferem às elefantes condições emocionais
humanas como a melancolia e o desânimo e trazem o peso como principal
ponto de discussão.

A peça inflável é um desdobramento da mesma ideia dos desenhos trazida ao
plano tridimensional. As reflexões conceituais abordadas nos desenhos
tornam-se ainda mais evidentes na peça inflável. A contraposição de um
volume grande, que ocupa praticamente todo o espaço da sala de exposições,
com sua leveza e fragilidade (o volume é dado pelo preenchimento de ar),
dialoga com a forma como são feitos os desenhos: linhas de contorno
simplificadas que conferem espessura ao corpo do elefante; poucos traços
criam corpos densos. A inversão de qualidades e materialidades das coisas
e a subversão das propriedades físicas, são o eixo que norteia a grande
maioria dos trabalhos realizados pela artista.

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