Ele defendeu a potencialização das mídias tradicionais pela mídia digital
Por Dayane Nunes
Do surgimento das mídias tradicionais na era Gutemberg até o consumo de conteúdo pelas novas mídias digitais foi apresentado pelo diretor de Novas Mídias Esportivas da Rede Globo, Emanuel Castro, para afirmar que todas as mídias apenas potencializam a comunicação (elas não são a comunicação), sendo a digitalização responsável por potencializar as mídias tradicionais. Castro encerrou o ciclo de palestras do Mídia Santa Catarina 2010, que durante dois dias discutiu os desafios das novas mídias.
Ao destacar a história da imprensa, Castro afirmou que o jornal não vai morrer. “A mídia papel vai morrer, mas o jornal não vai morrer. Ao contrário, vão crescer e se fortalecer com a versão digital, onde os anúncios passam a ser filmes. Ao clicar na foto da matéria, abre uma galeria de fotos”, disse. Durante a palestra, Castro mostrou no iPad a versão digital do The Times.
Para Castro, a internet coloca a prova as mídias tradicionais e os profissionais. “Não tenha medo das novas mídias, veja como uma oportunidade. A gente está confundindo o nosso lugar bonito e estável com o fim do mundo. A comunicação sempre vai existir. É preciso entender os rumos da comunicação para surfar na onda ou tomar um caldo”, disse.
Ele defendeu uma medição transversal para validar o consumo de conteúdo nas novas mídias. “A Globo não investe mais em novas mídias digitais, porque o mercado está estruturado de uma forma que você tem que respeitar essas métricas, principalmente, a audiência. O meu papel é enfrentar e fazer as perguntas. Temos que ter uma métrica transversal, ou seja, passar a medir não apenas a audiência na televisão, mas em todos os meios, onde o conteúdo circulou. Desta forma, passa a avaliar todo o processo, em todas as mídias. O foco passa a ser o conteúdo e não mas na mídia”,explicou. O palestrou finalizou um projeto de portal colaborativo que será lançado em breve pelo grupo.
Castro citou o teórico Nicholas Negroponte e os conceitos de convertibilidade e convergência de mídias. Defendeu que passar de uma mídia para outra não é problema. É fato. “As redações e as agências de publicidade terão que se reorganizar. O digital é recriação, onde a obra está em permanente construção”, disse.
O palestrante esclareceu que cada mídia tem suas especificidades. “A internet é ativa e individual. Já a TV é passiva e coletiva. Por isso, programação customizada é mito. A customização acaba com a TV”, encerrou