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quinta-feira, abril 25, 2024
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Risco de colapso da ponte Hercílio Luz é apresentado na FIESC

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Risco de colapso da ponte Hercílio Luz é apresentado na FIESC

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“A situação da ponte Hercílio Luz é de alto risco. Ela pode cair hoje, amanhã, a qualquer hora. Seu estado de degradação é deplorável”, alertou o engenheiro mecânico Honorato Tomelin, na reunião da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, realizada nesta quarta-feira (9), em Florianópolis. Esta foi a primeira reunião presidida pelo empresário Mario Cezar Aguiar, que acaba de assumir a Câmara.

Na opinião de Tomelin, que acompanha o tema desde 1991, “o andamento das obras está completamente parado por falta de recursos financeiros”. Ele afirmou que o “coração da ponte”, que é o vão central – com cerca de quatro mil toneladas de peso, precisa ser calçado urgentemente para não cair. Mas esse não é o único problema e Tomelin usa metáfora para explicar a situação. “A ponte tem cinco tipos de aneurisma. Qualquer um deles pode causar o colapso final”, disse, destacando, entre eles o processo contínuo de corrosão dos olhais (espécie de anel metálico usado no topo dos pilares da ponte) e a sustentação das torres.

Ainda de acordo com Tomelin, a ponte não tem mais nenhum “compromisso” com a mobilidade urbana, mas no curto prazo, poderia ser uma alternativa. Ela tem capacidade para a passagem de 45 mil carros por dia e condições de receber um corredor de ônibus.

A reunião teve a presença do engenheiro egípcio Khaled Mahmoud, um dos maiores especialistas em pontes suspensas no mundo, que concordou com Tomelin sobre o risco de colapso da ponte. Ele lembrou que a “irmã” da Hercílio Luz, a americana Silver Bridge, caiu em 1967 por causa do rompimento de um olhal. “Hoje, a proposta é substituir os olhais por sistemas de cabos, que mantêm a ponte com o mesmo visual, mas tem manutenção mais fácil”, disse.

O encontro também teve a presença do presidente do Porto de São Francisco do Sul, Paulo César Côrtes Corsi, que informou que a renovação da concessão não se deu ainda porque o governo federal está definindo um novo modelo para orientar o relacionamento com os portos. Corsi também mostrou as obras realizadas nos últimos três anos no porto, com investimento de R$ 110 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para aumentar o calado de 12 para 14 metros de profundidade, além da retirada de 100 mil metros cúbicos de rocha, que interferiam na navegabilidade.

O superintendente do Complexo Portuário de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos, também participou do encontro e fez um panorama da situação do porto após as enchentes de setembro.

O presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, que fez a abertura da reunião, afirmou que o país deve sentir os efeitos da crise, mas isso é uma oportunidade para o Brasil receber investimentos. “Reitero o propósito da FIESC de acompanhar as questões relacionadas à infraestrutura do estado. Queremos ser parceiros na luta pela melhoria do sistema de transporte e logística”, ressaltou.

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