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quarta-feira, abril 24, 2024
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Artista busca a cura para o câncer com pinceladas coloridas

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Artista busca a cura para o câncer com pinceladas coloridas

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Depois de receber um diagnóstico de câncer de mama, a artista Cybelle Preis não se deixou abater e fez da arte sua companheira na luta contra a doença. O resultado colorido dessa jornada pode ser conferido a partir de sexta-feira no Café das Artes

Um diagnóstico de câncer de mama. Quatro filhos em idade escolar, um marido. Os planos, a carreira, os sonhos escapando por entre os dedos. A perspectiva de anos de tratamentos dolorosos e nenhuma certeza de cura. O quadro negro muda a vida de qualquer mulher: os dias ficam cinzentos, os planos enevoados e a vida parece perder o brilho. Mas não para a artista plástica autodidata Cybelle Preis. A manezinha da Carvoeira, que hoje vive no Campeche, conta a sua história em uma metáfora de cores a partir dessa sexta-feira, dia 1º, no Café das Artes, com a exposição “De todos nós”.

O nome da mostra, a primeira individual, se mistura a própria proposta. As pinturas são o produto de uma caminhada em busca de saúde e qualidade de vida em um momento difícil. Uma história pessoal mas, ao mesmo tempo, vivida por muitas mulheres. Aos 44 anos Cybelle encontrou nas tintas e pincéis um caminho em direção à cura, cercado de menininhas sorridentes, natureza e com a alegria dos festivais de boi de mamão e elementos da cultura ilhoa. Estes motivos, constantes em sua pintura, revelam um outro lado da convalescência, onde cores fortes pintam o dia a dia e deixam o caminho mais suave.

O colorido das telas não tem nada de triste. E a história de quem valoriza cada novo dia é contada com a ajuda de personagens alegres, inspirados e coloridos. A paixão pela pintura acompanhou a artista por toda a sua vida, mas é a primeira vez que seus quadros deixam os circuitos mais íntimos para colorirem os olhos do público. “É um frio na barriga. Exposição é mesmo uma palavra de duplo sentido e espero que a minha arte toque as pessoas não apenas pelas formas e cores, mas pelo que ela representa”, planeja Cybelle.

Os quadros navegam por elementos folclóricos temperados com a beleza da arte naïf. Artistas consagrados também emprestam suas cores para receber homenagens. Em uma das séries, Cybelle recria as obras mais famosas de mestres da pintura e coloca o próprio autor em primeiro plano. Em outra série, cores firmes e formas arredondadas criam pequenos portraits, são rostos de menininhas de todos os tipos: morenas, ruivas, loiras. Um pouco “De todos nós”.

Mas é no folclore que os quadros de Cybelle parecem beber da fonte que alimenta a magia da Ilha. Bois coloridos com suas roupas de chita, maricotas de braços desengonçados e a bernunça que come tudo e todos que estão pela frente: em telas únicas ou em composições de pequenos quadros esse universo tradicional ganha vida. “O boi de mamão é a expressão mais tradicional da Ilha e ninguém fica indiferente quando vê. É mais ou menos isso que quero com a minha arte. Mostrar que todo o dia é uma festa é que o sorriso pode ser contagioso”.

A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h às 21 horas. O Café das Artes fica na rua Esteves Júnior, 734, no Centro de Florianópolis. A exposição fica aberta ao público até o dia 5 de abril.

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