Vinte e seis estabelecimentos contam como é participar do Comida di Buteco, em sua quinta edição na cidade

 Há seis anos Floripa está na rota dos melhores bares do Brasil. Pela quinta vez, estabelecimentos da região irão disputar o título de Melhor Buteco do Brasil até dia 30 de abril, trazendo para a região a importância da cultura como uma essência dos brasileiros, convidando a todos para conhecerem lugares e sabores caseiros, pois, afinal, a vida é feita de buteco! 

No circuito de Florianópolis 26 estabelecimentos participam: Ambar, Ara Beach Bar, Aukanaii, Bar do Cris, Bar do Noel, Bar e Restaurante Tarrafada, Beer Praia, Boteco da Ilha, Boteco Itacorubi, Boteco O Mané, Botequim das Flores, Centro Social da Cerveja, Choperia Dazumbanho, Deck6, Dona Jovem Bar, Gaúchos na Barra, Morro das Pedras Bar e Restaurante, Nacanoa Oyster Bar, Puerto Escondido Kioske Mexicano, Sabores da Lagoa, Santo di Casa, Sufoco’s Bar, Tonho Boteco, e Zeca Bar e Restaurante, todos na capital; Capitão Gaivota e Camarão Manezinho, em São José; e Bendito Boteco, em Palhoça. 

O tema da edição de 2023 é “Ervas e Especiarias”, que retoma os primórdios da história da humanidade e caminhos da culinária ao redor do mundo. A escolha se deve ao fato desses elementos serem utilizados nas cozinhas de todo o país, permitindo apropriações regionais e ampla variedade, onde os butecos podem explorar e abusar da criatividade. O concurso ocorre em 24 circuitos simultâneos em todo o Brasil, com mil butecos participantes. 

Os estreantes deste ano contam que estão com expectativa alta e acreditam chegarem ao pódio. Para Valter Leonel Lourenço, gerente do restaurante Gaúchos da Barra, sempre é válido entrar em um concurso como este para melhorias e aprendizados. “Queremos ganhar, mas o que importa é a participação, o conhecimento e o engajamento. Se ganharmos é fruto da dedicação de todos”, diz. Amanda Benedicta Solano Correa da Silva, proprietária do Ara Beach Bar, também está confiante: “Quero ganhar o concurso, e mostrar que o petisco Costela da Ilha é o melhor do Brasil, ter visibilidade em Floripa e em país”.

Marcelo Montandon Marçal Junior, proprietário do Aukanaii, confessa que foi bem desafiador criar um petisco com ingredientes comuns, mas que fugisse da forma convencional de servir, “como Aukanaii significa ‘o que vive bem’, esperamos que todos que aqui vierem tenham um tempo pra se desconectar dos problemas cotidianos e bater um papo legal com amigos à moda antiga”, conta animado. Josiara Vieira da Cruz, proprietária e chefe da Choperia Dazumbanho revela empolgada que a expectativa é positiva, “sempre acompanhei o concurso e não sabia como funcionava, que era por convite. Estou muito grata em estar participando, caso fique entre os cinco primeiros colocados, será uma vitória”. 

A proprietária do Dona Jovem Bar, Thais de Oliveira Sanches, também está empolgada com o concurso, “além de todo movimento legal que o Comida di Buteco traz para cidade e para nossa rotina do bar, estamos felizes de ser um buteco LGBTQIA+ mostrando que o buteco realmente é para todas as pessoas”. Já Rodrigo Pelágio Alves Ferreira, proprietário do Puerto Escondido Koiske Mexicano, acredita que a participação vai trazer mais aprendizado e muito mais profissionalismo para o estabelecimento. Thalía Escorteganha Curcio, proprietária do Capitão Gaivota, de São José, também quer ganhar experiência com os aprendizados do concurso. 

Carlo Manoel de Souza, proprietário do Sabores da Lagoa, afirma que a expectativa é muito boa, pois nos primeiros dias do concurso notou uma procura pelo petisco participante, principalmente por turistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. “Não tínhamos a dimensão do Comida di Buteco, até os fornecedores estão nos dando uma atenção especial”, finaliza contente. 

O Comida di Buteco é um concurso, e não um festival, elegendo o Melhor Buteco de cada circuito, e não o melhor petisco. O público e os jurados visitam os estabelecimentos para avaliar quatro categorias: atendimento, temperatura da bebida, higiene e petisco. Cada item tem um peso diferente nas notas, o petisco corresponde a 70% e as demais categorias 10% cada uma. A cada edição, a lista de butecos participantes altera 20% de sua base, gerando renovação e acirrando a competitividade.

O Comida di Buteco nasceu no ano 2000, na cidade de Belo Horizonte, como uma atividade promocional da extinta Rádio Geraes FM, feita para resgatar os estabelecimentos familiares e a cozinha local. Hoje, o concurso é feito em todo o país e  realizado em abril, simultaneamente em todas as cidades, demarcando esse período do ano como o mês de comemorar a cultura no Brasil. 

Desde de 2016, o concurso é realizado em duas etapas: a primeira etapa é local, onde a votação é feita pelo público e jurados da própria cidade. Depois de eleitos os campeões de cada circuito, um outro corpo de jurados visita e avalia os campeões para que seja eleito então, o Melhor Buteco Do Brasil, que será conhecido e premiado no mês de julho, em uma cerimônia especial. 

Foto: Puerto Escondido – Nachos México Lindo por Ed Andrade