Experiência do LED da UFSC mostrará um filme registrado e mostrado ao vivo

O FAM 2011 – 15º Florianópolis Audiovisual Mercosul será marcado por uma experiência inédita no campo do audiovisual no Sul do país: um filme realizado ao vivo. Trata-se de Ana, projeto do Laboratório de Educação à Distância da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), uma produção em que a história mostrada na tela está sendo registrada, editada e transmitida em tempo real, usando só como recurso algumas cenas já gravadas inseridas nesse conteúdo ao vivo. “De 70% a 80% é feito ao vivo e só entre 20 a 30% é VT”, explica Lau Santos, diretor geral do trabalho.

O cinema ao vivo será mostrado no último dia do festival, 1º de julho, às 19h30min, no auditório Garapuvu, antes da premiação do evento, e as cenas finais serão justamente no local, com o público tendo a possibilidade de ver o que está ocorrendo na tela ou ao vivo.

“Historicamente tivemos o live cine, no cinema mudo, em que os músicos tocavam embaixo da tela. A evolução disso na contemporaneidade é o VJ, que com um banco de dados insere imagens e movimentos – os loops – em tempo real. A diferença para o nosso trabalho é que nós surgimos com outra estrutura, com um roteiro, uma narrativa e também os loops – que nós chamamos de cortinas”, observa Santos. A estrutura para realizar o filme em tempo real conta com três sets de filmagens e 40 profissionais envolvidos, mais os quatro atores do filme – François Muleka, Joana Felício, Juliana Rabelo e Leonardo Batz -, por escolha da direção todos afrodescendentes, e ainda dois músicos.

A história de Ana é centrada na personagem principal que dá nome ao filme, uma estudante de artes visuais apaixonada pelas obras de René Magritte. Ela entra numa certa obsessão quando tem um caso com uma amiga. No percurso do filme, elas encontram dois outros rapazes e narrativa se desenvolve a partir desse contato.

“Não é só teatro, nem é só cinema, eu estou chamando de proposta audiovisual para o futuro, em que as duas linguagens se misturam e surgem em função do real e do virtual, da presença e da telepresença, do ao vivo e o VT”, enfatiza Lau Santos. O processo é chamado de stream, no qual os pacotes de dados são descompactados e mostrados ao mesmo tempo na tela. “Tudo tem que funcionar como placas em que as sinapses precisam ser perfeitas”, completa.

Ana é um projeto com apoio do Departamento de Engenharia do Conhecimento da UFSC, com produção-executiva e direção técnica de Alexandre Pinho. Lau Santos é carioca, formado em letras pela UFSC, com mestrado em teatro na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) e no Conservatório Nacional Superior de Artes de Paris.
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Florianópolis Audiovisual Mercosul – 15 anos
– de 24 de junho a 1 de julho na UFSC –

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