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Florianópolis, 2 novembro 2024

Cinema expandido multiplica imagens no centro da cidade

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A Fundação Badesc, os prédios vizinhos e o entorno da rua Visconde de Ouro Preto, no Centro de Florianópolis, serão, no dia 23, quarta-feira, cenário mutável de uma ousada mostra de cinema expandido. Quem passar no local das 20 às 22 horas vai participar da projeção simultânea de vídeos, obras de arte, pintura, cinema, música, poesia e artes cênicas no interior da fundação, na grama, nas paredes dos prédios vizinhos e no chão da rua. É a instalação multimídia “Fantasmagorias”, produzida pela professora do curso de Cinema Clélia Mello, com apoio da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC e Centro de Artes da Udesc.

É a primeira vez que Florianópolis recebe uma performance urbana dessa dimensão, envolvendo múltiplas linguagens, expressões artísticas e recursos tecnológicos. No conjunto de obras que a idealizadora chama de Grande Ópera, nove serão expostas no ambiente externo da Fundação e duas em ambiente fechado, utilizando o espaço como tela e o tempo como fator que propicia a interatividade. Algumas instalações, só são acionadas pelo público através de sensores de aproximação de presença. Em uma obra feita de espectro de luzes, por exemplo, a imagem desaparece e o som aumenta quando o espectador se aproxima e vice-versa.

Com a exposição de obras audiovisuais, a exemplo de hai kais sonoros e visuais, o evento explora a tendência contemporânea à arte hipermidiática, que efetua a confluência de mídias e expressões artísticas diferentes. O cinema, o vídeoarte, a performance são colocados em favor da interatividade e da intervenção no espaço através da modificação da paisagem urbana, como já ocorre em eventos comuns nos grandes centros. Projetadas de modo simultâneo, as obras não oferecem um percurso único: o espectador precisa fazer escolhas que o levam a compor uma leitura e uma trajetória únicas, explica Clélia.

Ao final de duas horas de projeção o evento acaba, o que o torna um acontecimento tão transitório, efêmero e irrepetível quanto os passantes das ruas de uma cidade. Desde os anos 70, John Cage, Grupo Fluxos, Bob Wilson utilizavam a tecnologia como ferramenta, como meio e como arte, lembra Cláudia. “Hoje fazemos a reunião de várias modalidades artísticas, paisagem, fluidos, presença não mais para chegar a uma fusão, mas para propor uma multiplicação de linguagens”. O próprio título da mostra remete a esse efeito de imagens multiplicadas.

“Fantasmagorias” resulta de um trabalho de experimentação reflexiva da relação entre a prática artística e o espaço urbano realizado com alunos da disciplina Laboratório de percepção e criação. Faz parte de uma proposta investigativa sobre cinema expandido desenvolvida pela professora junto ao Grupo de Pesquisa Arte e Mestiçagens Poéticas, UFSC/CNPq. Participam da mostra multimídia: Bárbara de Andrade, Bruno de Oliveira, Diana Roman Durante, Eduardo Fernández Peral, Guilherme Britto Fernandes, Julia Aranda Girón, Lidia Nieves Blanques, Miguel Santa e Vasco Pucarinho, Fernanda Ozório da Conceição, Juliano Pfutzenreuter Nunes, Thiago Guieiro, Thadeu de Almeida e Cândido Gazzoni, além da própria Clélia Mello.

“Fantasmagorias”
Cinema expandido – instalação multimídia – performance urbana
Idealização: Clélia Mello (Curso de Cinema da UFSC)
Data: 23/06/2010
Horário: a partir das 20 horas
Local: Fundação Badesc
Rua Visconde de Ouro Preto, 216 – Centro – Florianópolis
Entrada Livre e Gratuita
Apoio: Trëma – Cearte – SeCArte / UFSC e Fundação Cultural Badesc

Por Raquel Wandelli (jornalista na www.secarte.ufsc.br, com material de divulgação), fones:32849459, 99110524, raquelwandelli@gmail.com, raquelwandelli@reitoria.ufsc.br.