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Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, César Faria se diz inocente das acusações da Ave de Rapina

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Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, César Faria se diz inocente das acusações da Ave de Rapina

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O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Florianópolis ouviu na manhã desta quinta-feira, 28, o ex-presidente da Câmara, César Faria, que é acusado por quebra de decoro parlamentar conforme denúncia apresentada pelo vereador Afrânio Boppré após a deflagração da operação Ave de Rapina. César Faria é apontado pela Polícia Federal como um dos mandantes do esquema de fraudes em licitações, entre elas a da contratação de empresa para operar o sistema de radares de Florianópolis. O contrato foi rompido depois da Operação Ave de Rapina.

 Desde 2011 até dezembro de 2014, a empresa Kopp era a responsável pelo sistema de fiscalização eletrônica. Cesar Faria afirmou que, na época do processo licitatório para a contratação da referida empresa, em 2011, ele era vereador de oposição e não tinha nenhuma influência na tomada de decisões do Executivo. “Naquele ano votamos várias vezes contra o prefeito Dário Berger, inclusive a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual, o que mostra que nós éramos de oposição e não tínhamos participação na Prefeitura. Além disso, a decisão final sobre a vencedora da licitação para operar o sistema de radares foi feita por meio da justiça. Que influência um vereador vai ter sobre o judiciário?”, destacou o depoente.

Sobre os servidores Júlio Pereira Machado, mais conhecido por Caju, e Adriano Melo, ambos indiciados pela Polícia Federal, César Faria afirmou que fez somente a indicação de Júlio para a diretoria de Operações do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), cargo ao qual o agente ficou apenas 20 dias por ter sido afastado depois da deflagração da Ave de Rapina. “Algumas pessoas afirmaram que a indicação do Adriano era minha, mas não era. E a indicação do Júlio para o cargo de secretário adjunto da Secretaria Municipal de Segurança também não fui eu quem fiz. Os senhores sabem que o Júlio era da cota do prefeito. Quando ele foi para o IPUF aí sim foi por intermediação minha”.

Em setembro de 2014, Júlio Pereira Machado e o guarda municipal Jean Carlos Cardoso foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul com cerca de R$100.000 em espécie e um aditivo contratual para a empresa Kopp. Logo depois da apreensão dos dois servidores, o ex-presidente da Câmara Municipal encontrou-se com o prefeito César Souza Junior. Sobre a conversa ter sido dentro de um carro, César Faria afirmou que foi para saírem da chuva e que naquele mesmo dia, conforme mostram interceptações telefônicas, conversou com vários vereadores porque na época dois projetos importantes tramitavam na Casa Legislativa, entre eles o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos servidores municipais.

O depoente garantiu ainda que até agora não teve acesso aos contratos com as empresas Kopp e Focalle. “Estou sendo acusado por fraude em licitação em dois contratos. E esses dois contratos não foram anexados aos autos porque a Prefeitura não disponibilizou, mesmo pedindo em juízo”. O processo licitatório para a contratação das empresas foi obtido por meio de solicitação ao Tribunal de Contas do Estado. “Nos documentos da licitação não tem nenhuma assinatura minha, uma participação minha. Sobre dados do pagamento, nós conseguimos através do TCE a informação de que foi empenhado para a Kopp cerca de R$ 3 milhões e foram pagos R$ 2.400.000,00, de 2011 a 2014”.

Nesta sexta-feira, 29 de maio, às 10h, os parlamentares tomam o depoimento do vereador afastado Marcos Aurélio Espíndola, acusado de fraude na tramitação do Projeto Cidade Limpa. Na próxima semana, o Conselho começa a ouvir as testemunhas dos denunciados.

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