Um jogo performático onde dança e intervenção urbana se fundem no espaço das ruas do Centro de Florianópolis, mas a sua criação será dependerá estritamente do acaso. O projeto Poliedros Platônicos está de volta para uma série de apresentações da obra coreográfica Polis, nos dias 1, 2, 4, 5, 7 e 8 de julho, sempre ao meio-dia. Todas as sessões gratuitas e abertas ao público, em pontos considerados chaves da região Central (veja o serviço). A concepção é de Sarah Ferreira, atriz e performer do ERRO Grupo de Teatro, em parceria na direção com a dramaturga e fundadora da companhia Luana Raiter.
Polis surge de um projeto de pesquisa em dança contemplado pelo Edital Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura 2014 – Prêmio Catarinense de Dança. A obra estreou em abril passado e é resultado da pesquisa que teve início em janeiro deste ano. Na reabertura da programação, nesta sexta-feira (meio-dia), a performance se dará na Rua Conselheiro Mafra _ na altura do Café Miscelânea Café _ mas com uma outra atividade adicional: um encontro de compartilhamento com a especialista em dança Ana Alonso, às 14h, no Museu da Escola Catarinense (Rua Saldanha Marinho, 196, Centro).
Sarah bebe da fonte do coreógrafo esloveno Rudolf Laban (1879-1958), considerado o “pai da dança-teatro” e idealizador do sistema de análise de movimento a partir de cinco poliedros regulares (tetraedro, hexaedro, octaedro, dodecaedro e icosaedro). Disso resultou o que a performer chama de Jogo dos Poliedros Platônicos.
Mas o que está em “jogo”?
“O jogo em questão se desenvolve á partir da aplicação da combinação dos parâmetros das faces dos poliedros, em uma estrutura de organização, gerada pelo acaso do jogo de dados, para composição dos movimentos de dança no espaço urbano, pesquisando a participação do público em termos de movimento”, explica Sarah.
Sarah viu no projeto a possibilidade de unificar sua pesquisa individual em dança, com a experiência no trabalho com o espaço urbano desenvolvido junto ao ERRO Grupo, da qual é integrante desde 2006. Em seus 15 anos de pesquisa, o ERRO Grupo produz e cria performances, intervenções urbanas e peças teatrais exclusivamente para o espaço urbano, desenvolvendo técnicas de interação com o público onde o espectador é chamado para dentro da cena.
Além disso, o ERRO Grupo, desde a intervenção urbana BUZKAHI (2003) vem explorando o jogo como disparador de criação e elemento político e lúdico em suas obras _ a exemplo dos trabalhos Formas de Brincar (2019) e HASARD (2012). A parceria na direção de Sarah Ferreira e Luana Raiter se dá através da aplicação dos parâmetros dos poliedros com o foco em estratégias de aproximação e interatividade com o público e com o espaço urbano. Do ERRO Grupo também atuarão na obra os performers Luiz Henrique Cudo, Dilmo Nunes, Lígia Marina e o diretor Pedro Bennaton.
SERVIÇO
Polis
Apresentações públicas e gratuitas:
Dias 1 e 5 de julho (meio-dia): Rua Conselheiro Mafra (em frente ao Miscelânea Café), Centro, Florianópolis
Dias 2 e 7 de julho (meio-dia). Local: Esquina das ruas Felipe Schmidt e Trajano (Senadinho), Centro, Florianópolis.
Dias 4 e 8 de julho (meio-dia). Local: Rua Jerônimo Coelho (em frente à Livraria Paulus)
Compartilhamento de pesquisa:
Dia 01 de Julho (14h). Local: Museu da Escola Catarinense (Rua Saldanha Marinho, 196, Centro). Debatedora convidada: Ana Alonso (especialista em dança)
