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Estudante que superou vício lançará livro sobre o assunto em Florianópolis

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Estudante que superou vício lançará livro sobre o assunto em Florianópolis

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O estudante de jornalismo Reginaldo Onildo, de 28 anos, lançará no dia 20 de novembro o livro "Vidas Quebradas: Reflexos do Crack", com sessão de autógrafos no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.

Com um histórico de desestrutura familiar e consequente partida para morar nas ruas, Onildo logo conheceu as drogas, a prisão e a rejeição dos amigos e de alguns familiares. Com muito esforço e ajuda de parentes, o estudante conseguiu superar o vício e agora quer contar sua experiência.

Depois do lançamento, Onildo planeja fazer palestras em escolas. Sua atual luta é arrecadar fundos para conseguir mais cópias do seu livro. O programa do qual foi beneficiado inclui somente cem cópias, das quais trinta vão obrigatoriamente para escolas públicas.

Histórico

Reginaldo Osnildo perdeu a mãe aos 13 anos, ela tinha 34. Foi levado para a Casa Lar, em Palhoça, por assistentes sociais, pois seu padrasto era suspeito de ter a mulher. Suspeita que foi resolvida quando a autópsia mostrou que a causa tinha sido um ataque cardíaco fulminante. Perdeu contato com seu pai biológico aos seis anos.

Após algum tempo, um tio conseguiu sua guarda, enquanto seu meio irmão foi morar com outro parente. No seu primeiro dia de volta às aulas, não suportou as piadas dos outros estudantes, o que o levou a lançar uma cadeira sobre eles. Expulso no primeiro dia na escola, seu tio começou a ter uma educação mais rígida com o adolescente, proibindo que ele visse seu irmão.

Sua reação foi mais revolta. Fugiu de casa para ir morar com o padrasto, mas a Justiça não permitiu. Depois disso, o jovem caiu na rua, onde conheceu pessoas que o acolheram. Aos 18, foi preso pela primeira vez por porte de drogas. Todavia, não foi indiciado.

Na semana do seu aniversário de 22 anos, decidiu comemorar com antecedência. Decidiu ir com sua namorada da época à praia. Nesse dia houve um homicídio no local. Como Reginaldo já tinha passagem pela polícia, o levaram para a delegacia. Uma testemunha o reconheceu como autor do crime. Injustamente, foi indiciado e ficou dois anos em reclusão na Penitenciária de São Pedro de Alcântara.

Em 2010 foi absolvido e o verdadeiro assassino foi condenado a 19 anos de prisão. O mistério da confusão se desfez, pois o culpado tinha sido um parente dele. Todavia, durante esses 24 meses que Reginaldo ficou no presídio, reuniu histórias de pessoas que conheceu lá dentro. Com o auxílio dos agentes penitenciários, que o forneciam cadernos e canetas foi escrevendo o livro.

Em 2011, o livro foi encaminhado para o programa estadual "Cem cópias, sem custos", que visa incentivar a produção literária e cultural. Dois anos depois do envio, a obra foi aprovada. A história é narrada por uma psicóloga que recentemente iniciou seu emprego em um presídio. Escolheu contar em terceira pessoa para que pudesse incluir diversas histórias, ao invés de um personagem único.

Reginaldo voltou a estudar e conseguiu passar em primeiro lugar no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para Jornalismo na Unisul, em 2011. Entrou para a universidade com uma bolsa integral através do Programa Universidade para Todos (Prouni), que consegue manter com boas notas.

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