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quinta-feira, março 28, 2024
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Governo de SC anuncia medidas para a criação de um ‘estado inteligente’

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Governo de SC anuncia medidas para a criação de um ‘estado inteligente’

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Guia, grupo de pesquisa e nova sede integrada ao ecossistema de inovação foram apresentadas durante a segunda edição do Smart City Fórum Floripa na última quinta (3)

O governo de Santa Catarina anunciou na semana passada novas iniciativas para acelerar a adoção de soluções inteligentes para cidades de todas as regiões do estado. Entre elas, a criação de um grupo de pesquisa em inovação de governança e gestão pública inteligente, que tem como um dos objetivos a produção de um guia de implantação de cidades inteligentes para os municípios, e a instalação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável dentro da Associação Catarinense de Tecnologia, a ACATE, berço da inovação no Sul do Brasil. As novidades foram apresentadas pelo diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da secretaria, Sandro Yuri Pinheiro, durante o Smart City Fórum Floripa, que promoveu um dia inteiro de debates no Square Corporate.

O evento é uma versão no formato de fórum do maior congresso mundial sobre smart cities que ocorre anualmente em Barcelona, o Smart City Expo Congress, chancelado pela FIRA Barcelona, consórcio público-privado espanhol. O fórum é promovido pelo iCities, empresa especializada em soluções para cidades inteligentes que trouxe o congresso mundial para o Brasil, o Smart City Expo Curitiba – cuja terceira edição será em 26 e 27 de março de 2020.
 
“Nosso sonho é que o estado todo participe do ecossistema de inovação. A meta do governo é que até 2022 tenhamos um centro de inovação em cada região do estado. Cada uma das regiões tem vocações econômicas bem definidas. Ainda vemos muitas ações que remetem a cidades inteligentes mas que não representam uma visão sistêmica de todo o processo", afirmou Yuri Pinheiro. De acordo com ele, a entrada da secretaria na ACATE aproximará ainda mais o governo dos atores do ecossistema de inovação do estado.

O maior polo de inovação do estado ainda é Florianópolis, o quarto do Brasil em faturamento médio. Na capital estão estabelecidas quatro mil empresas que faturam R$ 6,4 bilhões e empregam 16,5 mil pessoas. O ecossistema local é líder nacional em densidade de colaboradores – a cada mil habitantes, 25 trabalham no setor de tecnologia, e o segundo em densidade de empresas por habitantes, atrás apenas de São Paulo.

Florianópolis no centro do debate

Cerca de 200 pessoas participaram da segunda edição do Smart City Fórum Floripa, que teve discussões centradas em quatro eixos: economia criativa e ecossistema de inovação; inovações na gestão pública; tecnologias limpas para as cidades e estratégias para a mobilidade urbana. Para Beto Marcelino, fundador e diretor de novos negócios do iCities, o evento se consolida como um conector entre gestores públicos, pesquisadores e iniciativa privada a partir de ideias e soluções para cidades inteligentes. "A cada fórum sobre smart cities percebemos que existem mais cases de soluções práticas aplicadas neste mercado, e que cada vez há menos desculpas para deixar de implementar projetos que existem a nível nacional e mundial para cidades inteligentes", pontua.
 
Marcelino é um dos redatores da Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, a convite dos Ministérios de Desenvolvimento Regional, do Meio Ambiente e Ciência de Tecnologia. “A carta será um novo marco para regulamentação e cria um padrão no entendimento das esferas públicas e privada em relação aos direitos e deveres de cada um na requalificação das cidades no Brasil”, destaca.

"É muito importante que a gente discuta não só os aspectos de tecnologia, mas também de cidadania, de impacto e de visões de futuro para que as pessoas consigam entender que as cidades onde moramos têm desafios que não podem esperar alguns anos para solucionar. É importante usarmos este tipo de evento para ser uma plataforma que conecta quem às vezes não se fala, como academia, iniciativa pública, presidente de empresas, para pensarem juntos em como resolver esses problemas", afirma Francisco Milagres, fundador da Mirach e um dos principais keynotes do fórum.

Para o público presente, o fórum também representa oportunidade de networking e ideias para novos projetos, como apontou Fabricio Petrassem de Sousa, engenheiro da Macnica DHW e Gerente de Soluções IoT do Perini City Lab. "Os fóruns do iCities são referência no Brasil quando se fala em cidades inteligentes. É um palco em que as questões de smart city são discutidas, unindo governo, academia, empresas privadas e todos os interessados do público geral. O foco não é apenas tecnologia, mas serviços que promovam o bem estar do cidadão", disse o participante.

Sociedade civil em ação

A sociedade civil pode e deve se organizar para contribuir com o sistema de inovação das cidades, como apontou Heitor Blum, presidente do Comitê para a Democratização da Informática de Santa Catarina, ONG voltada à inclusão digital que completou 18 anos em setembro.

"O nosso objetivo é transformar vidas por meio da tecnologia. Ensinamos as pessoas a entender, usar e até produzir tecnologia da informação e comunicação. Estamos educando jovens para atuar no mercado de tecnologia e eles estão gerando resultados, produtos. É um grupo de talentos que poderá criar startups, atuar em empresas e contribuir com o sistema de inovação de Florianópolis", diz Blum.

Outro projeto que busca transformar o cidadão em agente de transformação urbana é o Living Lab, laboratório de inovação a céu aberto desenvolvido pela Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura Municipal de Florianópolis.
 
Thaís Nahas, diretora de Negócios Inovadores da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura Municipal de Florianópolis. Foto: Endrigo Righeto/Divulgação
Thaís Nahas, diretora de Negócios Inovadores da superintendência, conta que um dos objetivos da iniciativa é aproximar soluções inteligentes da população. "Precisamos encontrar pessoas dispostas na gestão pública para conseguir fazer transformações. Com o Living Lab, colocamos o cidadão como desenvolvedor da tecnologia. Temos a participação de startups de tecnologia, governo, entidades mantenedoras e da academia, mas é o cidadão que está no centro desse ecossistema", afirma.
 
Sobre o iCities

O iCities foi fundado em 2011 com a visão de um cenário em que as cidades tenham um papel muito mais proativo no desenvolvimento da sociedade. Dentre os projetos de maior relevância da empresa estão a organização do maior congresso smart cities de Barcelona para Curitiba – o Smart City Expo Curitiba -, o projeto de responsabilidade social iCities Kids, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o Observatório Brasileiro de Cidades Inteligentes em São Francisco, na Califórnia (EUA), e as consultorias para municípios Smart Cities Brasil.

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