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terça-feira, abril 23, 2024
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Médica do HU-UFSC aponta em estudo sinais que indicam casos de violência sexual repetitiva em crianças

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Médica do HU-UFSC aponta em estudo sinais que indicam casos de violência sexual repetitiva em crianças

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O dia 18 de maio é dedicado em todo o Brasil à conscientização sobre necessidade de alerta e combate à violência sexual infantil
 

A médica pediatra do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), Vanessa Platt, desenvolveu estudo que aponta sinais que podem indicar se uma criança está sendo vítima de violência sexual repetitiva. O estudo foi feito com base em levantamentos feitos pela profissional nas fichas do Sistema de Informação de Agravos Notificação (Sinan) em Santa Catarina, como parte de sua tese de doutorado.

Segundo ela, foram identificados fatores que se associam à violência sexual repetitiva com crianças em Santa Catarina, a partir de levantamentos de 11 anos de fichas do Sinan, que é um sistema de notificação obrigatório do Sistema Único de Saúde (SUS). "Com base nisso, foi possível identificar estes fatores", disse a médica, que divulgou os estudos por ocasião dos 22 anos de criação do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em 18 de maio.

Ela explicou que os sinais que indicam violência sexual repetitiva são: casos de abuso na casa do agressor ou da vítima; uso de álcool por parte do agressor; se o abusador é o padrasto, o irmão, tio ou pai (ou seja, se ele é conhecido da vítima). "Se o profissional de saúde identifica estes fatores há 60% de chance de que a criança esteja sendo vítima de violência sexual repetitiva", disse a pesquisadora, que é coordenadora das equipes pediátricas de acolhimento às vítimas de violência sexual nos dois hospitais de referência, HU-UFSC e Joana de Gusmão (Infantil), sendo que o HU há 20 anos é integrante da Rede de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência Sexual de Florianópolis (Raivs), sendo o único hospital de Florianópolis que atende vítimas de todas as categorias e idades.

De acordo com a médica, esses sinais de violência sexual repetitiva são identificados pelos profissionais de saúde quando recebem crianças com algum problema identificado pelo responsável. Ela disse ainda que nos casos de violência sexual contra crianças geralmente não há marcas de agressão. "A carícia indevida não deixa marcas físicas e, geralmente, o abusador é sutil, usa de sedução ou de ameaça e a própria criança não consegue dizer ou reconhecer que está havendo um abuso", disse a médica, ressaltando a importância do adulto e do profissional de saúde na observação de sinais de que está havendo violência sexual.

Diariamente crianças e adolescentes são expostos a diversas formas de violência nos diversos ambientes por eles frequentados. Dessa forma, a família, a sociedade e o poder público, devem ser envolvidos na discussão e nas atividades propostas em relação à prevenção ao abuso e exploração sexual, alertando principalmente que as vítimas, em sua grande maioria, não tem a percepção do que é o abuso sexual.

Conforme Vanessa Platt, alguns sinais que podem indicar que a criança está sendo vítima de abuso são conhecidos pelos profissionais de saúde: mudanças bruscas de comportamento, queda do rendimento escolar, distúrbios na eliminação de fezes e urina sem motivos médicos aparentes, distúrbios na fala, regressão em habilidades (a criança sabia fazer algo e passa a não conseguir fazer mais) e, principalmente, relatos verbais.

 

Saiba mais em: https://www.podeserabuso.org.br/.

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