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Morre o escritor Doralécio Soares, defensor e estudioso das rendeiras de Florianópolis

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Morre o escritor Doralécio Soares, defensor e estudioso das rendeiras de Florianópolis

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O escritor e folclorista Doralécio Soares, autor de “Rendas e Rendeiras da Ilha de Santa Catarina”, morreu na noite desta quinta-feira, 30, aos 97 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos. O jornalista pernambucano, que há mais de 70 anos residia em Florianópolis, estava em tratamento contra pneumonia.

Morreu em casa, cercado por familiares, deixando a esposa, três filhas e quatro netos. O corpo do escritor está sendo velado no Cemitério Jardim da Paz, na SC-401, bairro João Paulo, e o sepultamento será realizado às 16h desta sexta-feira, 31.

Nascido na cidade do Recife (PE), em 23 de outubro de 1914, Doralécio Soares iniciou seus estudos com Luís da Câmara Cascudo, um dos mais respeitados pesquisadores do folclore brasileiro.

Aos 22 anos de idade, especialista em fotografia e tipografia, veio para Florianópolis ajudar na implantação da Escola de Aprendizes Artífices de Santa Catarina (atual Instituto Federal de Santa Catarina), atuando por duas décadas no ensino técnico e profissionalizante como professor de Artes Gráficas.

Em 1948, quando foi criada a Comissão Catarinense de Folclore, Soares foi eleito presidente e, ao deixar o cargo por problemas de saúde, eleito presidente de honra vitalício. Folclorista, jornalista profissional, escritor, técnico em artes gráficas, dedicou parte de sua vida à pesquisa do artesanato catarinense, em especial da renda de bilro.

Na década de 1970 realizou pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) um mapeamento para identificação das rendeiras do município e, a partir dessa pesquisa, publicou o livro “Rendas e Rendeiras da Ilha de Santa Catarina”, que até hoje é referência para pesquisas.

Também criou a extinta Associação das Rendeiras em Florianópolis – a ASSORI. Em 2011, Doralécio Soares foi homenageado pela Fundação Cultural de Florianópolis na inauguração do Centro de Referência da Renda de Bilro de Florianópolis, o Casarão das Rendeiras.

Era dono de uma grandiosa coleção particular de rendas de bilro, com mais de 200 peças, atualmente sob a guarda do Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral (UFSC). Também possuía uma rica coleção de presépios natalinos, que se encontram no Museu do Presépio, no Bosque Vereador Pedro Medeiros, no Estreito.

Foi também autor de vários livros sobre o folclore catarinense, entre eles, “Aspectos do Folclore Catarinense” (1970), “Cadernos de Folclore 27 – Boi-de-mamão catarinense” (1978), “Folclore Brasileiro – Santa Catarina” (1979), “Schutzenvereins – Sociedade de Atiradores” (1979), além de várias edições do Boletim da Comissão Catarinense de Folclore (publicados de 1970 a 2006).

Foto: Divulgação / Fundação Franklin Cascaes

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