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sábado, abril 20, 2024
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Parceria pretende resgatar história da aviação francesa em Florianópolis

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Parceria pretende resgatar história da aviação francesa em Florianópolis

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Florianópolis possui na região do Campeche o maior patrimônio histórico ainda de pé, referente à atuação da Compagnie Génerale Aéropostale no Brasil, empresa de correio aéreo internacional onde trabalhou o piloto e escritor francês Antoine de Saint-Exupéry. Uma parceria entre a Prefeitura da Capital e herdeiros do aviador, pretende resgatar a história da empresa na comunidade e relembrar os laços de amizade estabelecidos entre os pilotos e pescadores locais. O assunto foi discutido nesta quinta-feira (30), num encontro na sede da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC), com a presença de François D’Agay, presidente da Succession Saint-Exupéry e sobrinho do piloto. A entidade é responsável mundialmente pelos direitos autorais do escritor, que ficou famoso pelos livros “O Pequeno Príncipe” e “Vôo Noturno”.

Participaram da reunião o Superintendente da FCFFC, Rodolfo Pinto da Luz, secretários municipais José Carlos Rauen (Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente) e Adriano Zanotto (Gabinete), além de Getúlio Inácio – filho de Rafael Inácio, o “seo” Deca, um dos pescadores com quem o escritor francês manteve contato em sua passagem pela Ilha –, e Mônica Cristina Corrêa, que coordena o projeto cultural “De Saint-Exupéry a Zeperri”. O encontro contou ainda com a presença de técnicos da FCFFC e de arquitetas envolvidas no projeto de resgate desse patrimônio.

Espaço Permanente

Chancelado pelo comissariado do Ano da França no Brasil (2009), o projeto cultural “De Saint-Exupéry a Zeperri” abrange o restauro do casarão dos pilotos da Aéropostale, que fundida com outras empresas, resultou anos mais tarde na atual companhia de aviação Air France.

Fundada em 1919, a companhia francesa estabeleceu-se na década de 1920 no Brasil com o serviço de correio aéreo internacional. Entre as cidades brasileiras, havia escalas em Florianópolis, na região do Campeche, onde havia o aeródromo e pistas de pouso. No local foi erguido um casarão, que os pescadores chamavam de “popote”, onde os pilotos pernoitavam e faziam as refeições. A casa ainda está de pé até hoje, ao contrário de construções similares erguidas em outras cidades brasileiras onde a companhia francesa fazia escalas, como Natal e Rio de Janeiro.

A proposta é restaurar o prédio, situado na Avenida Pequeno Príncipe, na praia do Campeche, com patrocínio da Tractebel Energia, e transformá-lo num memorial para preservar a história dos pescadores e dos pilotos, recebendo, inclusive, exposições doadas pela França. A iniciativa é coordenada pela pesquisadora Mônica Cristina Corrêa, doutora em língua e literatura francesa pela Universidade de São Paulo (USP).

O projeto de restauração – que já está pronto – contempla a adequação do antigo casarão dos pilotos franceses, transformando-o num espaço cultural, administrado pela Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC). O local vai abrigar exposições e atividades de uso comunitário, contando com salas para cursos, palestras, exibição de filmes, reuniões de moradores, entre outras promoções da comunidade. A meta é conseguir é que a obra seja concluída ainda em 2009. Ainda integra o projeto a elaboração de um filme-documentário com o mesmo título, cuja primeira parte realizou-se em novembro de 2008, na França. Ambos serão viabilizados pela Lei Rouanet e contam com o apoio da Air France.

Exposição e missa

François d’Agay fica em Florianópolis até domingo (3/05) cumprindo uma agenda de compromissos, que inclui ainda visita à exposição “De Saint-Exupéry a Zeperri”, no Centro Cultural Bento Silvério, na Lagoa da Conceição. Nesta sexta-feira (1º/05), às 10h, ele participa de uma missa de abertura da pesca da tainha, no rancho dos pescadores da praia do Campeche, com a presença do ministro da Secretaria Especial da Aqüicultura e Pesca (Seap), Altemir Gregolin, e autoridades. No sábado (2/05),participa da abertura da exposição “Pequeno Príncipe e Zeperri”, no Floripa Shopping, seguida de pequena conferência e autógrafos.

Nascido em 1925, François D’Agay conviveu por quase vinte anos com o tio – piloto e escritor –, até 1944, quando morreu. Ano passado, o francês esteve na cidade para conhecer Getúlio Inácio, filho de Rafael Inácio, o “seo” Deca, pescador com quem o piloto teve contato na Ilha de Santa Catarina, e os locais por onde o viajante passou. Na ocasião, ele conversou com leitores de Saint-Exupéry em uma livraria e prestigiou a mesma exposição que abria no Museu Histórico de Santa Catarina – Museu Palácio Cruz e Sousa.

Contatos:

Mônica Cristina Corrêa, pelo telefone (48) 9629-5606

monicris@uol.com.br

Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

(48) 3324-1415 – ramal 213

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