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Florianópolis, 2 novembro 2024

Porque o futebol não deve parar

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*Francisco José Battistotti – Presidente da Associação dos Clubes de Futebol Profissional de SC e da Associação Nacional dos Clubes de Futebol

 

Estamos vivendo novamente um debate sobre o cancelamento das competições oficiais do futebol, como se fôssemos responsáveis pela transmissão da Covid-19. Já provamos no ano passado que conseguimos manter a segurança de todos os profissionais que trabalham com o futebol graças aos rigorosos cuidados que implementamos, unindo as equipes médicas dos clubes com as autoridades da saúde. Só no Estadual da Série A do ano passado realizamos muito mais que mil testes nos jogadores, comissão técnica e demais colaboradores para detectar a presença do novo Coronavírus. Fizemos o que parecia impossível e retomamos o show do futebol, preservando, ao máximo, a integridade de todos.

A mesma preocupação continuou nos jogos do Campeonato Catarinense das séries B e C, e a Copa Santa Catarina de 2020, promovidos pela Federação Catarinense de Futebol. E estamos fazendo tudo novamente, na Série A deste ano.

Se no ano passado, fomos protagonistas do movimento pelo retorno dos Estaduais, este ano o movimento é nacional. Ontem, a Confederação Brasileira de Futebol se reuniu com a Associação Nacional dos Clubes de Futebol para debater a continuidade do futebol em todos os Estados. Por unanimidade, foi decidido que a bola deve continuar rolando no Brasil, mesmo em meio ao pior momento da pandemia da Covid-19 no país.

E porque decidimos isso?

São vários os motivos, mas destaco alguns que foram apresentados pela própria CBF:

1 – a disputa das competições de futebol estaduais e nacionais, sem a presença dos torcedores nos estádios, ocorre em um ambiente seguro e controlado, continuamente monitorado por meio de testes e inquéritos epidemiológicos, seguindo protocolos de segurança;

2 – em relação às competições nacionais, a CBF aplicou até este momento quase 90 mil testes, com taxa de positividade de apenas 2,2%, sendo que isolou e fez o tratamento adequado com essas pessoas;

3 – estudos científicos elaborados por médicos especialistas atestam que não houve contágio entre os jogadores durante as partidas, resultados comprovados a partir do monitoramento de jogos de 21 competições, 367 equipes, 2.423 jogos e 218 mil minutos de futebol;

4 – do ponto de vista econômico, a realização dos jogos e competições representa a quase totalidade dos recursos obtidos pelos clubes e, consequentemente, da manutenção dos empregos por eles gerados – cerca de 11.300 contratos profissionais ativos registrados na CBF.

Por tudo o que já fizemos, reforço que do ponto de vista do auxílio no enfrentamento à pandemia, o futebol sem público nos estádios e transmitido ao vivo em diversas plataformas oferece uma opção de entretenimento em casa, auxiliando as autoridades em suas campanhas para evitar aglomerações.

Ou seja, em vez de culpado, devemos defender a manutenção do futebol profissional, que neste período de pandemia está ajudando o país, trabalhando em harmonia com as orientações das autoridades sanitárias dos estados e cidades onde ocorrem as partidas.