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sábado, abril 20, 2024
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Teatro ajuda a compreender impacto do 11 de Setembro sobre a política da vida

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Teatro ajuda a compreender impacto do 11 de Setembro sobre a política da vida

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Montagem realiza uma reflexão poética, intelectual e sensível sobre as
causas e consequências do 11 de Setembro

Um milhão talvez seja um chute muito distante para o número de vezes em que
a cena do ataque às Torres Gêmeas foi transmitida pelas câmeras de TV no
mundo todo. Mas a repetição exaustiva dessas imagens de terror não ajuda a
compreender o que ocorreu à humanidade em torno desse dia, nem a biopolítica
que as potências do eixo ocidental instalaram após o 11 de Setembro. O
sentido da guerra não está no momento da explosão, ou no espetáculo das
bombas, mas no longo silêncio ou na espessa nuvem de poeira que pairou sobre
o mundo depois de as torres desabarem. *Setembro, *primeira montagem do
Curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de SC, que volta ao palco do
Teatro da UFSC neste final de semana*, *é uma tentativa de compreender no
espaço da arte* *as* *consequências* *desse acontecimento que impactou a
vida no Planeta.

*Setembro *reestreia no dia 9, às 20 horas,* *e permanecerá em cartaz de
sexta a domingo, sempre no mesmo horário, até o dia 25 de setembro, ao lado
da Igrejinha da UFSC. Resultado do Projeto Primeiro Ato, patrocinado pela
Secretaria de Cultura e Arte da UFSC, a peça estreou em julho com casa
cheia, trazendo a história da guerra entre o mundo islâmico e os Estados
Unidos para o plano do sensível, do poético e da reflexão intelectual. Em
sua nova temporada, além de coincidir com o aniversário de dez anos do
ataque, a peça acumula a experiência de novas apresentações, incluindo a
participação na I Mostra Universitária de Teatro do Espaço Elevador, em São
Paulo, na última semana de agosto.

Com direção geral de Fábio Salvatti, co-direção de Gerson Praxedes e direção
de arte de Luiz Fernando Pereira, a peça é fruto de quatro meses de pesquisa
e trabalho de alunos de sétima fase da disciplina Projeto de Montagem que no
final deste ano vão compor a primeira turma de dramaturgos formada pela
UFSC. Expressa o esforço dessa juventude de refletir sobre as repercussões
biopolíticas do evento mais marcante do terceiro milênio, atravessadas por
memórias individuais e políticas dos personagens. O projeto partiu da ideia
de constituir um fórum artístico e intelectual que propiciasse a discussão
desses episódios entre atores e público, conta o diretor geral, que é também
coordenador do curso de Cênicas, criado em 2008.

A Guerra contra o Terror que se seguiu a partir daí tem pautado as relações
interpessoais, internacionais e interculturais dos indivíduos e nações,
inaugurando um novo sistema geopolítico no século XXI. “Ficaram marcas
visíveis na vida cotidiana, com a normalização dos instrumentos de
vigilância da sociedade de controle e a suspensão dos direitos civis ou
mesmo a invasão militar e execução sumária de acusados de terrorismo em
inúmeros países”, anota Fábio Salvatti. Estabeleceu-se um verdadeiro estado
de exceção transnacional, no qual se ignoram as soberanias nacionais ou as
convenções humanitárias. “Campanhas de delação afixadas em cartazes nos
principais centros urbanos dos países desenvolvidos, flagrantes abusos
contra os direitos humanos, intolerância religiosa, disseminação da
xenofobia: o mundo deste novo milênio está, decididamente, marcado pelas
cicatrizes de um conflito biopolítico”, diz o argumento da peça.

Integrada por 21 alunos, a equipe iniciou os ensaios no dia 14 de março. O
espetáculo potencializa diversas linguagens e mídias em favor de uma
encenação interativa com o público, como sublinha Salvatti. Para alcançar
essa dramaturgia em processo, o grupo arrisca o desapego a um texto ou a uma
tese estabelecida de antemão e busca construir uma enunciação dramática no
tempo presente, provocando respostas no elenco a partir de estímulos dados
pela direção. Alguns deles são conceituais, inspirados em pensadores como
Eric Hobsbawm, Noam Chomsky, Sam Harris e Antonio Negri. Outros são recortes
de jornais, discursos de autoridades, documentos oficiais, etc. Além dos
fragmentos textuais, a peça explora obras audiovisuais alusivas ao
acontecimento, como os documentários Farenheit 911, Zeitgeist, Loose Change,
e também várias referências musicais como Eumir Deodato, Nick Drake,
Zbigniew Preisner, dentre outras.

Na avaliação da secretária de Cultura e Arte da UFSC, Maria de Lourdes
Borges, *Setembro*, é uma das grandes produções artísticas da universidade
deste ano, que aponta um caminho para fortalecer o entrelaçamento entre arte
e saber acadêmico. Aberta ao público, a peça foi produzida pela Expresso
Produções, com recursos da SeCArte e apoio do Departamento Artístico
Cultural, Departamento de Libras e Centro de Comunicação e Expressão. Os
ingressos, gratuitos, devem ser retirados no Teatro da UFSC, ao lado da
Igrejinha, uma hora antes do espetáculo.

*Setembro*

Direção: Fabio Salvatti (37216801)

Codireção: Gerson Praxedes

Direção de arte: Luiz Fernando Pereira (LF)

Elenco: Araeliz, Bárbara Danielli, Betinho Chaves, Carlos Silva, Célio
Alves, Claudinei Sevignani, Elise Schmiegelow, Emanuelle Antoniollo, Gabriel
Guedert, Gustavo Bieberbach, Ilze Körting, Janine Fritzen, Malu Leite, Paula
Dias, Rafaela Samartino, Ricardo Goulart, Rodrigo Carrazoni, Tainá Orsi,
Tamara Hass, Thaís Penteado, Vera Lúcia de Azevedo Ferreira, Wellington
Bauer

Iluminação: Gabriel Guedert

Cenário e figurino: Malu Leite

Cenotécnico: Edson

Costureira: Iraci

Vídeos: Fabiane de Souza

Fotografia: Larissa Nowak

Pesquisa de trilha sonora: Fabio Salvatti

Programação visual: Fabio Salvatti e Wellington Bauer

Realização: alunos da 7ª fase do curso de Artes Cênicas da UFSC

Patrocínio: SeCArte/UFSC (Secretaria de Cultura e Artes da UFSC)

Apoio: CCE – DALi – DAC/UFSC

Produção: Expresso Produções

Contatos: 37216801


*SERVIÇO*

Estreia: 9 de setembro

Apresentações: 10 a 25 de setembro (sábados e domingos)

Horário: 20 horas

Local: Teatro da UFSC (ao lado da Igrejinha)

Entrada franca – retirar ingresso uma hora antes do espetáculo

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