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quinta-feira, março 28, 2024
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Terra e carvão como matéria-prima

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Terra e carvão como matéria-prima

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Terra e carvão como matéria prima. Pode parecer peculiar, mas é a partir deles que o gerente de recursos humanos dá vida para suas telas, que expõe até 31 de agosto na Megastore da Livrarias Catarinense em Florianópolis, com o título de Cores da Terra.

Mac Donald Campos de Almeida, 50 anos, tem como passatempo a arte de pintar telas. Almeida, como se apresenta, para fugir do nome dado pelo pai em homenagem a um ex-jogador da seleção de futebol da Inglaterra, lança mão de um material pouco convencional para compor suas telas, sempre com paisagens, flores e inscrições rupestres como tema. Para obter sua matéria prima ele passeia por locais perto da casa onde mora, no Norte da Ilha.

“Sempre que saio para caminhar, volto com um pacotinho. O impressionante é que quando comecei a utilizar o método, achava que terra só existia em tom de marrom, não imaginava encontrar amarela e até preta”, afirma.

Desde a adolescência Almeida apresentava interesse e curiosidade pelas artes plásticas, freqüentava museus, galerias e exposições, mas somente há 4 anos começou a fazer cursos de aperfeiçoamento nas técnicas de pintura acrílica e vários tipos de textura. “Nessa mesma época fiz também um curso de cerâmica e a partir dai comecei a observar mais atentamente o solo e as diferentes tonalidades da terra.”, afirma. “Comecei então a recolher amostras de terras de diferentes cores no norte da ilha e a experimentar a substituição das tintas pela terra, dedicando os fins de semana na experimentação dessa técnica na produção de telas”, completa.

O processo de transformação da terra em tinta exige uma semana de sol. Almeida seca a terra recolhida e, depois, a peneira, para ficar apenas com uma espécie de poeira. Em seguida, mistura os resíduos com água e cola do tipo goma arábica, formando a tinta, de textura mais consistente do que a tradicional.

Além das cores originais das terras encontradas pelo bairro, ele faz misturas que acabam disponibilizando 20 tonalidades no total. Todas, literalmente, em tons terrosos, compondo telas sóbrias em que o azul faz falta para realçar o céu e o mar. Almeida desenvolveu a técnica após ler a notícia de que um professor de uma universidade de Viçosa (MG) usava terra e cola para fazer tinta para pintar casas em comunidades carentes em função do material ser mais barato. Outro fato curioso na arte de Almeida é que se pode passar a mão no quadro que a terra não sai, mas, se colocar água, a pintura some.

Depois de descobrir a tinta de terra, o artista não retornou ao método inicial.

Esta é a primeira exposição que realiza com telas produzidas exclusivamente com terra e carvão. São 12 telas com flores, crianças e abstratos com temas rupestres. “Normalmente busco inspiração junto à natureza e procuro reproduzi-la de forma simples e delicada”, completa.

Sobre o autor

Mac Donald Campos de Almeida é natural de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais com o nome indígena de Pocrane, mas foi ainda criança para Belo Horizonte.

Em julho de 2000 mudou-se para Florianópolis a convite de uma empresa que estava se instalando na cidade e veio também em busca de uma qualidade de vida melhor.

Atualmente trabalha como Consultor Comercial numa empresa de consultoria relações humanas. Casado, pai de três filhos, Almeida é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Sobre o evento

Cores da Terra permanece aberta ao público até o dia 31 de agosto. De segunda a sexta-feira, o horário de visitação é das 9h às 20h. Aos sábados, das 9h às 16h. Entrada gratuita. Mais informações: (48) 3271.6000.

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