Conferência de música e negócios colocou em pauta entraves na captação de recursos e alternativas para a construção de plateias

O TUM Festival começou nesta quinta-feira (10), em Florianópolis, colocando em pauta os desafios de artistas e trabalhadores do setor em relação a políticas públicas e construção de cenas locais. Profissionais da cultura debateram os principais entraves para a captação de recursos por meio de leis de incentivo e falaram sobre a importância da construção de plateias.

Mais importante festival e conferência de música, negócios, economia criativa e sustentabilidade de Santa Catarina, o TUM Festival ocorre no Centro Integrado de Cultura (CIC), até 15 de novembro. O evento reúne artistas emergentes e consagrados, produtores, músicos e alguns dos principais nomes do mercado musical brasileiro. A programação conta com palestras, workshops, painéis, rodas de conversa, rodada de negócios e showcases gratuitos, além de shows nacionais e internacionais. São mais de 100 atividades, com participantes de 20 estados e de outros cinco países.

Na abertura das atividades, no Cinema do CIC, a idealizadora e diretora geral do TUM Festival, Ivanna Tolotti, deu as boas-vindas ao público relembrando as motivações que a levaram a criar o evento. “O TUM foi concebido em 2015, em cima das dores da cadeia produtiva. Os artistas me viam trabalhar com grandes nomes da música e me pediam ajuda para vender os seus shows, para conseguir espaços. Foi a partir dessa demanda que a gente começou a pensar num evento de convergência, que reunisse profissionais e trabalhasse com a ideia de construção de cena. Hoje, estamos exportando talentos de Santa Catarina para o Brasil”, destacou.

A necessidade de compreensão sobre os processos e meios para divulgar o trabalho artístico foi a tônica do primeiro painel: “Políticas Públicas para Economia Criativa, Perspectivas e Desafios”. 

“A gente tem um problema de capacitação, principalmente nas cidades menores, no que diz respeito à elaboração de projetos para as leis de incentivo culturais. Percebemos que muitas vezes os editais acabam premiando sempre aqueles que já contam com pessoas preparadas para esse trabalho. É necessário atuar na capacitação global, na cadeia produtiva, porque muitos artistas não conhecem os caminhos para a captação de recursos públicos”, comentou o diretor da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Luiz Moukarzel, um dos painelistas. 

A importância de descentralizar as atividades culturais para atuar na criação de plateias e a compreensão sobre o potencial econômico do setor foram outros temas colocados em pauta. “É importante entender que nós, trabalhadores da cultura, também geramos negócios, riqueza e conhecimento. A economia criativa deve ser vista como um dos pilares da sociedade”, frisou o produtor cultural William Mendonça, que veio ao TUM representando os festivais Ecléticos e Noites Brasileiras, do Ceará.

Outro painel de debates reuniu Marcelo Ribeiro, da cervejaria Matura, Eduardo Vicari, do Jazzinn GastroBar, André Pardini,  do O Araçá Botequim, e Geraldo Borges Costa, do Beco Pub Bar. Eles destacaram a importância de democratizar a produção dos artistas locais. “Existe a necessidade urgente de unir artistas e fortalecer o trabalho conjunto para que possamos despertar o público para a importância da produção cultural local. Só assim vamos encher os palcos com artistas locais”, defendeu Geraldo Borges.

A quinta edição do TUM Festival tem o apoio institucional do Museu da Imagem e do Som (MIS/SC), da Fundação Catarinense de Cultura, do Estado de Santa Catarina, Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), do Centro de Artes (Ceart), Instituto Trama Ética e do projeto Cultura Circular, através do British Council e Oi Futuro. O evento tem patrocínio da Prefeitura Municipal de Florianópolis através da Lei de Incentivo à Cultura e Fundação Franklin Cascaes e  ainda apoio cultural da Ibagy, Floripa Airport e Sebrae, além de ter a União Brasileira de Compositores (UBC), Música e Negócios(PUC/RJ) e MCT(Música, Copyright e Tecnologia) como parceiros musicais. Realização da Tum Cult e Ivanna Tolotti. Mais informações nas redes @tumcult e no site www.tumcult.com.br.

A programação completa e mais informações podem ser acessadas em https://linktr.ee/tum.cult.