Depois de receber um diagn\u00f3stico de c\u00e2ncer de mama, a artista Cybelle Preis n\u00e3o se deixou abater e fez da arte sua companheira na luta contra a doen\u00e7a. O resultado colorido dessa jornada pode ser conferido a partir de sexta-feira no Caf\u00e9 das Artes<\/p>\n
Um diagn\u00f3stico de c\u00e2ncer de mama. Quatro filhos em idade escolar, um marido. Os planos, a carreira, os sonhos escapando por entre os dedos. A perspectiva de anos de tratamentos dolorosos e nenhuma certeza de cura. O quadro negro muda a vida de qualquer mulher: os dias ficam cinzentos, os planos enevoados e a vida parece perder o brilho. Mas n\u00e3o para a artista pl\u00e1stica autodidata Cybelle Preis. A manezinha da Carvoeira, que hoje vive no Campeche, conta a sua hist\u00f3ria em uma met\u00e1fora de cores a partir dessa sexta-feira, dia 1\u00ba, no Caf\u00e9 das Artes, com a exposi\u00e7\u00e3o \u201cDe todos n\u00f3s\u201d.<\/p>\n
O nome da mostra, a primeira individual, se mistura a pr\u00f3pria proposta. As pinturas s\u00e3o o produto de uma caminhada em busca de sa\u00fade e qualidade de vida em um momento dif\u00edcil. Uma hist\u00f3ria pessoal mas, ao mesmo tempo, vivida por muitas mulheres. Aos 44 anos Cybelle encontrou nas tintas e pinc\u00e9is um caminho em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 cura, cercado de menininhas sorridentes, natureza e com a alegria dos festivais de boi de mam\u00e3o e elementos da cultura ilhoa. Estes motivos, constantes em sua pintura, revelam um outro lado da convalesc\u00eancia, onde cores fortes pintam o dia a dia e deixam o caminho mais suave.<\/p>\n
O colorido das telas n\u00e3o tem nada de triste. E a hist\u00f3ria de quem valoriza cada novo dia \u00e9 contada com a ajuda de personagens alegres, inspirados e coloridos. A paix\u00e3o pela pintura acompanhou a artista por toda a sua vida, mas \u00e9 a primeira vez que seus quadros deixam os circuitos mais \u00edntimos para colorirem os olhos do p\u00fablico. \u201c\u00c9 um frio na barriga. Exposi\u00e7\u00e3o \u00e9 mesmo uma palavra de duplo sentido e espero que a minha arte toque as pessoas n\u00e3o apenas pelas formas e cores, mas pelo que ela representa\u201d, planeja Cybelle.<\/p>\n
Os quadros navegam por elementos folcl\u00f3ricos temperados com a beleza da arte na\u00eff. Artistas consagrados tamb\u00e9m emprestam suas cores para receber homenagens. Em uma das s\u00e9ries, Cybelle recria as obras mais famosas de mestres da pintura e coloca o pr\u00f3prio autor em primeiro plano. Em outra s\u00e9rie, cores firmes e formas arredondadas criam pequenos portraits, s\u00e3o rostos de menininhas de todos os tipos: morenas, ruivas, loiras. Um pouco \u201cDe todos n\u00f3s\u201d.<\/p>\n
Mas \u00e9 no folclore que os quadros de Cybelle parecem beber da fonte que alimenta a magia da Ilha. Bois coloridos com suas roupas de chita, maricotas de bra\u00e7os desengon\u00e7ados e a bernun\u00e7a que come tudo e todos que est\u00e3o pela frente: em telas \u00fanicas ou em composi\u00e7\u00f5es de pequenos quadros esse universo tradicional ganha vida. \u201cO boi de mam\u00e3o \u00e9 a express\u00e3o mais tradicional da Ilha e ningu\u00e9m fica indiferente quando v\u00ea. \u00c9 mais ou menos isso que quero com a minha arte. Mostrar que todo o dia \u00e9 uma festa \u00e9 que o sorriso pode ser contagioso\u201d.<\/p>\n
A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h \u00e0s 21 horas. O Caf\u00e9 das Artes fica na rua Esteves J\u00fanior, 734, no Centro de Florian\u00f3polis. A exposi\u00e7\u00e3o fica aberta ao p\u00fablico at\u00e9 o dia 5 de abril.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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