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Câmara de Florianópolis homenageia Aderbal Ramos

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Câmara de Florianópolis homenageia Aderbal Ramos

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A Câmara Municipal de Vereadores de Florianópolis vai prestar homenagem ao centenário do nascimento do ex-governador Aderbal Ramos da Silva, um dos políticos mais atuantes da história catarinense. A homenagem será na sessão do dia 15 de fevereiro, às 19h, no plenário da Casa. O requerimento número 12, encaminhado pelo presidente da Câmara, vereador Jaime Tonello, foi assinado por todos os demais vereadores.

Aderbal foi Governador do Estado entre 1947 e 1951, foi também deputado estadual e federal. Formado em Direito e com uma visão além de sua época, Aderbal foi um empresário vitorioso, presidente do complexo industrial e comercial Hoepcke, presidente do Jornal O Estado e diretor da Rádio Guarujá.

Dedicou sua vida aos catarinenses. Ramos nasceu em 18 de janeiro de 1911, no palácio do Governo (hoje palácio Cruz e Souza), sendo filho de João Pedro Silva com Raquel Ramos e neto de outro político carismático, Vidal Ramos, que administrou Santa Catarina em duas ocasiões, entre 1902 e 1906 e entre 1910 e 1914.

Exposição Fotográfica

A câmara de Florianópolis será a primeira a receber a exposição fotográfica contando a vida e trajetória de Aderbal Ramos da Silva. A exposição faz um resumo da vida do ex- governador, contando sua trajetória, pessoal e política. A exposição, segundo o curador Marx Miller, do instituto Carl Hoepcke, será um resumo da vida de Aderbal. “Nós montamos uma seqüência de fotos que vai desde sua vida de moço, de solteiro, passando pelo casamento, pela vida política e pela sua consagração política”, diz.A exposição trará ainda fotos com os grandes feitos de um dos principais lideres políticos da historia catarinense.

Miller disse que a exposição foi montada em principio para o evento em homenagem a Aderbal, organizado pela câmara de vereadores, mas já houve solicitação para que seja também apresentado na Assembléia legislativa. “Nós montamos a exposição para essa solenidade na câmara, que permanecera por 15 dias, aberta ao público. Após esse período vamos leva La para assembléia legislativa e para onde nos solicitarem, não só em Florianópolis, mas por todo o estado de santa Catarina”, conta.

Uma trajetória iniciada em 1934

Estimulado pelo Tio, Nereu Ramos, Aderbal elegeu-se deputado estadual em 1934. Foi sua primeira disputa e sua primeira vitória política. Começava ali sua trajetória vitoriosa. Aderbal sempre gostou de estar ao lado dos populares, participar da vida da comunidade, mantendo o diálogo permanente com o povo.

O ex-governador casou-se em 1936, como Ruth Hoepcke da Silva, filha de família tradicional de Santa Catarina, a quem dizia ser uma esposa maravilhosa e simples. Junto com ela, passou pelo Estado Novo, em 1937, e inúmeros outros momentos difíceis e gloriosos de sua vida. “A Ruth foi sempre uma grande companheira, trabalhando em silencio, sem aparecer. Não foi nem presidente da Legião, como era normal naquele tempo. (Jornal O Estado, 05/05/1982).

Para ele o Estado Novo foi período difícil, mas necessário. Segundo o próprio Aderbal, o bom político tem de saber a hora de falar e a hora de ficar em silêncio. (Jornal O Estado, 15/03/1975).

Elegeu-se governador em 1947, com apenas 35 anos. No seu governo, o secretário mais velho tinha 36, era então o ex-reitor da UFSC, professor Ferreira Lima. Os outros todos eram mais jovens, como Leoberto Leal, que tinha 34 anos e Joaquim Valente que tinha apenas 32 anos. Conta o próprio Aderbal que os mais velhos chamavam seu governo de Jardim de Infância. (Jornal A Noticia, 18/10/1981).

“Aderbal fala também da juventude, e dos estudantes que costumam criticar muito os governos. Mas ele indaga se o melhor não seria, ao invés de criticar, procurar construir? Porque não entrar nos partidos e transformá-los?” (Jornal O Estado, 15/03/1975).

Ele orgulhava-se de ter levado água e luz para toda Florianópolis, numa época de muitos racionamentos. Em entrevista cedida ao jornal A Noticia de 18/10/1981, ele conta que o seu governo foi feito no peito e na raça, porque não havia muitos recursos, mas apesar dessas dificuldades, o seu governo foi tranqüilo.

Filhos e netos

Aderbal casou-se com Ruth Hoepcke em 23 de abril de 1936. Da união nasceram as filhas Annita e Sílvia, que seguiram a trilha empresarial do pai e a tradição empreendedora dos Hoepcke.

Annita tem três filhos, Aderbal, Guilherme e Patrícia. Silvia tem dois filhos, Luciana e Fábio. Apenas Guilherme tentou a atividade política: foi vereador em Florianópolis. Cumpriu um mandato e voltou à carreira empresarial.

Instituto Carl Hoepcke

Fundado pelas filhas de Aderbal Ramos, Annita e Silvia, o instituto, com sede na avenida Trompowsky, desde de 7 de junho de 2004 abriga documentos e objetos que marcaram a vida do ex-governador. O gabinete de trabalho de Aderbal é mantido exatamente da forma como era utilizado em vida.

O instituto tem por objetivo, ainda, a promoção da cultura e a preservação do patrimônio histórico material e imaterial que envolve a memória do patriarca Carl Franz Albert Hoepcke, nascido na Alemanha em 1844 e que imigrou para o Brasil aos 19 anos. Hoepcke criou um dos maiores conglomerados empresarias do sul do país.

Aderbal na visão dos políticos e amigos

O Jornal Notícias do Dia publicou recente especial sobre a vida do Dr. Aderbal. Confira os depoimentos que algumas figuras proeminentes da política estadual concederam ao jornal. Para o atual Governador Raimundo Colombo, Aderbal era uma personalidade inconfundível. “Ele era visto por todos nós como jovens como uma lenda da política catarinense”, conta ao recordar sua chegada a Florianópolis, aos 32anos para trabalhar no governo de Jorge Bornhausen.

Para Colombo, Santa Catarina deve muito a ARS, pelo desenvolvimento da Educação e pelo investimento em infra-estrutura, tanto na energia elétrica, quanto no saneamento básico.

Para o deputado Federal e ex-governador Esperidião Amim, Aderbal tem a marca da generosidade. “Quando fui nomeado prefeito em 1975, a palavra dele foi determinante. Depois quando fui candidato ao governo em 1982, a participação dele, a generosidade dele em me acolher foi determinante. Ele era um líder, um bom exemplo e um amigo inesquecível. Ele tinha sempre um bom humor como marca, de hábitos simples, apaixonado por Florianópolis, pelas coisas da ilha”, conta Amim.

Jorge Bornhausen conta que Aderbal era um homem firme, leal aos amigos e de grande sensibilidade política. “Aderbal era um líder verdadeiro, que tinha uma influencia real sobre seus companheiros”, diz.

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