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quinta-feira, abril 18, 2024
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CPI dos Radares colhe mais dois depoimentos de servidores municipais

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CPI dos Radares colhe mais dois depoimentos de servidores municipais

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A CPI dos Radares ouviu nesta quinta-feira, 19, dois novos depoimentos no intuito de esclarecer a apreensão de dois servidores municipais, Jean Carlos Cardoso e Júlio Pereira Machado, com cerca de R$ 100 mil e um aditivo para a empresa Kopp, na época responsável pelo sistema de radares de Florianópolis. A apreensão por policiais rodoviários federais em setembro de 2014 culminou na Operação Ave de Rapina, deflagrada em novembro pela Polícia Federal.

Nesta tarde a primeira a depor foi a ex-assessora jurídica do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), Nádia de Almeida Engel, que ficou no órgão de fevereiro a dezembro do ano passado. Em sua passagem pelo IPUF, Nádia era responsável por elaborar os pareceres de todos os contratos, entre eles os de reajuste e aditivos.

Nádia explicou o passo a passo de como um parecer era solicitado até a assinatura final. “O Tiago da Silva Varela, então diretor financeiro do IPUF, era quem me solicitava por email o parecer para determinado aditivo, reajuste ou prorrogação. Eu analisava e de acordo com a lei dava o parecer, indicando a legalidade ou não de tal processo e encaminhava novamente para o Tiago Silva. Ele enviava para o Comitê Gestor que dava a palavra final. Se o Comitê Gestor aprovasse, uma cópia do parecer seguia para a Diretoria de Licitação que confeccionava o contrato”.

Quanto a aditivos para a Kopp, Nádia garantiu que em nenhum momento recebeu a solicitação para fazer parecer envolvendo a empresa responsável pelos radares na cidade. “Na teoria não pode ser feito aditivo sem ter parecer. Mas, se esse contrato da Kopp foi aditivado é porque havia contratos que não passavam por mim”.

O segundo depoente foi Théo Mattos dos Santos, servidor terceirizado da Prefeitura que também estava presente na viagem ao Rio Grande do Sul. De acordo com depoimentos anteriores tomados pela CPI dos Radares, dos cerca de R$ 100 mil apreendidos na ocasião, em torno de R$ 92 mil estavam em uma maleta encontrada pelos policiais no banco de trás do veículo, e R$ 5 mil estavam no bolso de Théo.

No depoimento ele recusou-se a assinar o termo de compromisso em falar a verdade e respondeu apenas as perguntas relacionadas à sua trajetória profissional. “Trabalhei como terceirizado da Prefeitura durante quatro anos. Primeiro, na zona azul contratado pela Aflov e depois pela Faepsul, como motorista da Secretaria de Defesa do Cidadão”.

Questionado pelo relator da CPI, vereador Ricardo Camargo Vieira, sobre ser supostamente um dos operadores do esquema de desvio de dinheiro dos cofres da Prefeitura, Théo respondeu “eu era apenas o motorista”.

Sobre a apreensão no Rio Grande do Sul, o depoente disse apenas “nada a declarar”. Esta foi a resposta para a maioria das perguntas seguintes. O advogado de Theo Mattos, Deivid William dos Prazeres, justificou que como o cliente está sendo processado, a estratégia de ficar calado é para não se comprometer no outro processo.

Ao fim da oitiva, o presidente da CPI, Vanderlei Farias (PDT), afirmou que Théo Mattos pode ser chamado mais uma vez para depor. “Deixo claro que, possivelmente, o senhor vai ser convocado novamente, já que hoje não contribuiu em nada”. A CPI dos Radares segue na próxima semana com novas oitivas.

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