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quinta-feira, abril 25, 2024
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Indígenas guaranis do Morro dos Cavalos: “vivemos uma situação de total discriminação”

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Indígenas guaranis do Morro dos Cavalos: “vivemos uma situação de total discriminação”

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“Vivemos uma situação de total discriminação e sendo pressionados por todos os lados”. Assim Eunice Antunes (Kerexu Yxapyry, em guarani), uma das líderes da comunidade localizada no Morro dos Cavalos, relata a situação das cerca de 210 Indígenas – 60% deles crianças e adolescentes – que vivem na aldeia. “Se praticamos a agricultura, somos questionados por órgãos como o Ibama; se vendemos artesanato no centro da cidade, dizem que estamos mendigando; se buscamos trabalho fora da comunidade, não somos mais indígenas e, se não fazemos nada, somos vagabundos”, afirma. “Vivemos uma realidade de sobrevivência, de luta pelos nossos direitos”.

Eunice, com o filósofo e escritor indigenista Nuno Nunes, participou de duas Rodas de Conversa, com alunos da Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça, na terça-feira, 23. “É uma grande oportunidade de compartilhar com a comunidade uma realidade tão próxima de nós e incentivar uma mudança de postura em relação aos indígenas”, diz Larisa Hemkemeier Webber de Mello, diretora executiva da Fatenp.

Segundo Eunice, a homologação pelo presidente em exercício, Michel Temer, da posse de terras, deve mudar a situação atual. “Essa homologação não depende da ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), por parte do Governo do Estado, que questiona a posse. É uma questão de tempo”. Com a posse definida em favor da comunidade indígena, eles terão autonomia para desenvolver ações socioeconômicas ali.

Enquanto a homologação não é assinada, outras iniciativas estão sendo realizadas pelos indígenas. Na aldeia já funciona uma escola de ensino fundamental e, a partir de 2017, está previsto o início da operação de um centro de formação profissional, organizada pela própria comunidade e que terá como instrutores os indígenas que possuem cursos em áreas como gestão agroflorestal e ambiental. A intenção é criar novas fontes de renda, hoje baseada praticamente na venda de artesanato e na agricultura para a sobrevivência.

Eles também abrem o acesso à aldeia para visitantes em algumas oportunidades e uma delas será no próximo final de semana, quando acontece a cerimônia Troca de Sementes, que marca o início das comemorações do ano novo guarani, a partir de setembro. Os interessados podem participar, mediante uma contribuição de R$ 100. Os recursos serão utilizados para a compra de alimentos servidos durante a cerimônia e também como fundos para plantação de novas roças e construção da Casa de Reza Opy. O contato pode ser feito por meio do blog Conexão Itaty, criado esta semana pela comunidade. O endereço é http://conexaoitaty.blogspot.com.br.

As informações são da assessoria de imprensa da Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça.

 

 

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