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sexta-feira, março 29, 2024
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Maricultores freqüentam sala de aula para receber certificação de produtor

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Maricultores freqüentam sala de aula para receber certificação de produtor

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Um grupo de maricultores entra esta semana na fase semifinal de avaliação para o Programa de Certificação de Qualidade das Ostras da Grande Florianópolis. Porém, no “vestibular da maricultura” não é a redação a matéria que mais conta ponto para a conquista do selo de qualidade inédito no Brasil.

Marcelo Lubi

Barco – Ostras – Flçorianópolis-SC

O que irá valer para a aprovação dos candidatos é o conhecimento em informática, matemática, administração, legislação, normas de higiene e manejo, e até natação. Para os produtores que têm dificuldade em algumas dessas disciplinas, a saída é recorrer à maratona de aulas que começa a partir desta segunda-feira (3/11), no Centro de Treinamento da Epagri, no Itacorubi, e também no Ribeirão da Ilha.

Dos 34 produtores inscritos no programa, três já estão aptos à certificação. Outros 25 maricultores cumpriram de 70% a 90% do caderno de normas, que contempla 45 itens, entre critérios de pequena, média e alta complexidade. Para esses candidatos foram programados cursos conforme as necessidades observadas pelos consultores durante a fase de acompanhamento às fazendas marinhas, ao longo do ano. “A partir de agora é como se eles estivessem estudando para fazer um simulado, antes de se submeterem à prova final do vestibular, que é a auditoria”, explica o gestor do APL, Januário Serpa Filho.

Os cursos vão permitir o aprendizado de cálculos de custo de produção, controle de planilhas de manejo e estoque, além de utilização do software para execução dessas tarefas. “Essa capacitação é importante porque alguns produtores não fazem um controle adequado da produção e não sabem o que têm no mar. Numa atividade profissional essa é uma condição básica para que ele tenha a dimensão do próprio negócio e possa competir no mercado”, disse Januário.

Também será oferecido aos maricultores um treinamento para a obtenção da carteira de “Marinheiro Auxiliar de Convés”, liberada pela Capitania dos Portos – equivalente à carteira de motorista para quem dirige automóvel. A habilitação é necessária ao profissional que vai conduzir barco a motor, além de ser um documento exigido para regularização da embarcação. Para obtê-la o produtor terá que fazer provas teóricas e um teste de natação – tão importante para quem trabalha no mar quanto a direção defensiva para um motorista de carro.

O selo do Programa de Certificação de Qualidade das Ostras da Grande Florianópolis é inédito no Brasil e segue características recomendadas pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO. Foi desenvolvido sob medida para a maricultura, dentro do plano de ação do Arranjo Produtivo Local (APL), com o objetivo de garantir condições de sanidade ao molusco cultivado na região a partir da adoção de boas práticas de manipulação no processo produtivo. As propriedades aqüícolas certificadas serão mapeadas por coordenadas geográficas – medida que vai permitir ao consumidor de qualquer lugar do Brasil localizar as áreas por satélite. Já a produção será identificada por lotes, área e data de cultivo, permitindo a rastreabilidade da fazenda marinha, além de maior controle da atividade e segurança alimentar do produto.

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