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sexta-feira, abril 19, 2024
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Projeto Compras Coletivas é alternativa para consumidores de Florianópolis

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Projeto Compras Coletivas é alternativa para consumidores de Florianópolis

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O projeto Compras Coletivas existe na UFSC, desde o início de 2006, como uma alternativa para consumidores da Capital na aquisição de alimentos. Funcionando como uma ligação entre produtor e comprador, o Núcleo Gestor das Compras Coletivas de Florianópolis pretende criar um comércio mais justo e acessível, disponibilizando produtos de qualidade e confiabilidade.

A ideia surgiu em 2005 com a proposta de se criar uma cooperativa da UFSC, que trabalharia com venda de alimentos. Os planos mudaram devido à necessidade de se desenvolver mais rápido e eficiente. A inspiração veio de um dos membros do projeto, que havia participado de uma iniciativa realizada antes na Capital, chamada de Biomassa Tropical. Um projeto realizado na cidade de Franca, São Paulo, também serviu de base.

“Compras Coletivas de Florianópolis” é um projeto de extensão do Núcleo de Estudos e Práticas em Socioeconomia Solidária (NESOL), do Centro Sócio-Econômico (CSE), coordenado pelo professor Armando Lisboa, do Departamento de Economia. Funciona em sistema de cooperação com seus participantes. São cerca de 50 pessoas que têm a liberdade de opinar sobre o trabalho feito e sugerir novas ideias, como alimentos diferentes para compra, ou novos produtores.

Para Manfred Molz, colaborador do Compras Coletivas, é importante mostrar a possibilidade de se manter um sistema como este. “Falamos de comércio justo, o que significa que nem produtores nem consumidores são explorados, como acontece seguidamente no comércio usual, que paga pouco aos produtores e cobra muito dos consumidores. A transparência é um aspecto importante desse comércio justo. E a ética é a base. Mostrar que isso é possível, dar o exemplo na prática, acho que é uma boa contribuição”.

O Núcleo Gestor se mantém, basicamente, em sistema voluntário, mas um planejamento estratégico vem sendo montado, este ano, junto com um profissional de São Paulo, para tentar tornar o Compras Coletivas uma cooperativa de consumo, profissionalizando a atividade.

A intenção é ampliar as compras. Para Manz: “Já houve vários contatos de pessoas que quiseram iniciar compras coletivas em seus locais. […] parece-me que estamos saindo do egoísmo e lentamente nos movendo em direção ao bem-estar coletivo – que seria a principal ideia para a qual achamos que esse projeto poderia contribuir”.

Como funcionam as compras

Todo o negócio a ser realizado passa pelas mãos do Núcleo Gestor do projeto. Inicialmente, produtores que tenham interesse em colaborar são procurados e é feita uma lista de produtos disponíveis. A partir do cadastro de fornecedores se procura a melhoria de mercado, com a busca de produções agrícolas familiares, locais e agroecológicas.

Após feita a lista, os interessados na compra se cadastram e escolhem o que pretendem adquirir. Assim existe a interação entre participantes e organizadores das compras coletivas. Caso não exista na lista o produto que alguém queira adquirir pode ser feito um pedido, ou caso conheçam algum produtor novo, ele também pode ser apresentado.

O pagamento das compras é feito antes, e fica todo com a organização, que sai para buscar os produtos. Os alimentos são adquiridos todos juntos, e distribuídos pelo próprio núcleo, na chamada partilha. O processo dura cerca de um mês: duas semanas para inscrições e seleção de produtos, e outras duas para compras e distribuição. Neste ano, a mensalidade vem sendo respeitada desde março. Ano passado, foram sete compras.

Com este sistema, em que se estreita a comunicação entre produtor e cliente, o projeto Compras Coletivas pretende mudar a maneira de se pensar a economia. O objetivo é criar um mercado sustentável, onde se vende para poder manter a produção, sem visar ao lucro. Mesmo lidando com a prática da sustentabilidade, a intenção do projeto é implantar um conceito dentro da economia de Florianópolis. Para Manz, “É uma forma de contribuir para o surgimento de uma nova sócio-economia, ainda que em pequena escala, mas que começa com a percepção de que o sistema que está aí não é o único jeito de se fazer as coisas”.

Informações : compracoletivafloripa@yahoo.com.br
(48) 3234 5953 ou
site compras coletivas

Por Vinicius Schmidt, bolsista de jornalismo da Agecom

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