Empresas de Santa Catarina e do Paraná faturaram apenas 38% dos R$ 165 milhões que as 73 unidades do Exército nos dois Estados, subordinadas à 5ª Divisão, gastaram em 2014. A maior parte, 62%, foi absorvida, por meio de licitação, por fornecedores de outros Estados.
A informação foi dada pelo comandante da Divisão, general Luiz Felipe Kraemer Carbonell, durante o Painel Projetos Estratégicos Indutores da Transformação do Exército e Oportunidades para a Indústria, realizado nesta segunda-feira, 22, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis.
Além das despesas operacionais, no painel foram apresentados os sete projetos estratégicos, que estão sendo desenvolvidos e que podem gerar oportunidades para o setor industrial. O coronel João Paulo Da Cás, chefe da Seção de Relações Institucionais do Escritório de Projetos do Exército, salientou que a instituição pretende fortalecer a “base industrial de defesa”, com o uso intensivo de conteúdo nacional nestas iniciativas.
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destacou a ampla capacidade da indústria de Santa Catarina participar das parcerias. “Santa Catarina tem 50 mil indústrias, que geram mais de 800 mil empregos. O Estado tem uma economia diversificada e descentralizada, que proporciona um equilíbrio que outros estados nem sempre têm”, afirmou.
“Por menor que seja o município, temos pelo menos uma pequena, mas moderna indústria. O industrial tem a vocação para manter sua indústria atualizada, ele gosta de ir ao exterior, participar de feiras, verificar o que há de mais moderno e procura trazer essas novidades para sua empresa; o industrial catarinense tem esse espírito inovador na veia”, salientou.
Para o coordenador do Comitê da Indústria de Defesa da FIESC, Cesar Olsen, “o Exército adquire praticamente todos os produtos de consumo, de alimentos a equipamentos de informática”. Ele citou, como exemplo, os “alimentos liofilizados, que podem ser desenvolvidos com apoio do Instituto de Tecnologia em Alimentos e Bebidas do SENAI”.
Ao apresentar a estrutura das unidades operacionais do Exército em Santa Catarina, o comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, General de Brigada Richard Fernandez Nunes, salientou que, pela quantidade de oficiais e recrutas que envolve, cada uma dessas unidades corresponde a uma grande indústria. No Paraná e Santa Catarina, existem 8,1 mil recrutas, cujos soldos totalizam R$ 5 milhões por mês.