A escola de samba Acadêmicos do Grande Rio vai manter o desfile de homenagem a Florianópolis na Marquês de Sapucaí, mesmo tendo o galpão destruído por um incêndio na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro
A informação foi confirmada na capital catarinense pelo secretário de Turismo, Márcio de Souza, e pelo empresário Max Gonçalves, que integra a diretoria da agremiação fluminense, durante entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (7/02). “Mesmo com essa tragédia, a referência histórica e folclórica de Florianópolis estará na avenida. A Grande Rio vai desfilar com sete carros alegóricos e três mil fantasias”, garantiu Gonçalves.
Nesta sexta-feira, às 11h, a equipe de Carnaval e o presidente de honra da agremiação fluminense, Jayder Soares, estarão na cidade para encontro com o prefeito Dário Berger. A visita tem por objetivo fazer um relato sobre o ocorrido e informar as medidas adotadas para viabilizar o desfile conforme previsto no enredo ‘Y-Jurerê Mirim, a Encantadora Ilha das Bruxas (Um Conto de Cascaes)’, embora numa proporção menor que a estrutura que foi consumida pelo fogo. O prejuízo inicialmente contabilizado pela escola de samba chega a R$ 5 milhões.
Corrida contra o tempo
O fogo que atingiu a Cidade do Samba iniciou às 7h da manhã e se espalhou rapidamente, destruindo parte do acervo da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), além de carros alegóricos, fantasias e equipamentos das escolas de samba Portela, União da Ilha do Governador e Grande Rio – a mais prejudicada pelo incêndio. Pelo cronograma da Liesf, a agremiação de Duque de Caxias é a terceira a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Faltando apenas 30 dias para o espetáculo, o desafio agora é reconstruir em pouco tempo o que foi perdido nas chamas. A agremiação, que já tinha 90% das fantasias e alegorias prontas, perdeu praticamente tudo. Só escapou do incêndio parte do carro abre-alas e cerca de 800 fantasias que estavam em outros locais – entre elas 380 trajes da bateria, que virá vestida de ‘lobisomem’. Como teve o galpão bastante destruído, a escola de samba vai reiniciar os trabalhos no barracão sete, na Cidade do Samba, espaço que foi cedido pela Liesa.
O secretário Márcio de Souza, que coordena o grupo ‘Floripa na Sapucaí’, está empenhado em obter a solidariedade do empresariado catarinense, assim como dos governos estadual e municipal, diante da tragédia que atingiu principalmente a Grande Rio. Segundo ele, a escola de samba em nenhum momento condicionou o enredo sobre Florianópolis a um aporte financeiro oficial. “Mesmo sem a garantia de recursos, eles mantiveram a homenagem à cidade e aos catarinenses. Agora, com essa tragédia, não podemos simplesmente ficar de braços cruzados. Seria uma desfeita com quem nos tratou com tanta consideração”, argumentou.
Márcio de Souza espera envolver a cidade numa corrente de solidariedade, onde qualquer contribuição será bem recebida. “Apostamos na sensibilidade de todos os catarinenses e esperamos que isso se reverta rapidamente numa ajuda financeira para a escola de samba superar esse momento difícil”, complementou. A Grande Rio abriu conta bancária especial para recebimento de doações e os interessados em ajudar podem solicitar informações com Fábio Garcia, que integra o grupo ‘Floripa na Sapucaí’, através do telefone (48) 9609-6107.
