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Música é realidade nas escolas de Florianópolis

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Música é realidade nas escolas de Florianópolis

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Unidades da prefeitura proporcionam aos alunos contato com aulas de música muito antes da Lei Federal nº. 11.169, que torna obrigatório o ensino a partir de 2011.

Partituras musicais e instrumentos, sejam eles de sopro ou percussão, já podem fazer parte da lista de material escolar do seu filho. E não estranhe se ele estiver praticando dentro de casa e argumentar que é tarefa escolar. O ensino de música, tão importante para o estímulo e desenvolvimento infantil, tornou-se novamente obrigatório nas escolas.

Sancionada no dia 18 de agosto de 2008, pela Presidência da República, a lei nº 11.769 determina que a música deverá ser conteúdo obrigatório em todas as escolas de Educação Básica do país.

Em Florianópolis, essa prática já é realizada desde 1998, a partir da contratação de professores, em caráter efetivo, para o ensino de Artes na habilitação de música. O ensino, realizado por 10 professores, atende 2,1 mil crianças em 11 unidades educativas da Secretaria de Educação de Florianópolis.

De acordo com a Diretoria de Ensino Fundamental da SME, a escola deve oferecer aos alunos, através de seu projeto pedagógico na disciplina de Artes, experiências que permitam sua participação em diversas manifestações musicais, como as do próprio contexto social que estão inseridos, assim como ampliar o conhecimento em relação às outras culturas.

“A idéia principal é que os estudantes tenham a oportunidade e a possibilidade de compreender o universo musical de forma ampla, vivenciando experiências que incluam, obrigatoriamente, ouvir música, executar instrumentos musicais, incluindo a execução vocal, e também criar, a partir de diferentes estímulos sonoros, utilizando o próprio corpo ou outras fontes”, explica o Diretor de Ensino Fundamental, Pedro Rodrigues. Segundo ele, o objetivo não é formar músicos profissionais, e sim, reconhecer os benefícios que esse ensino pode trazer para o desenvolvimento e a sociabilidade das crianças, despertando e desenvolvendo o gosto pela música e estimulando a formação dos alunos e o conhecimento dessa linguagem.

A música na sala

As escolas básicas Batista Pereira, no Alto Ribeirão, e José Amaro Cordeiro, no Morro das Pedras, foram pioneiras no ensino de música na capital. A professora Rose de Fátima Silva, que coordena as aulas há mais de uma década nessas escolas, acredita que a aula de música demonstra ser um espaço de ensino e aprendizagem prazeroso e significativo, não só dos conteúdos musicais, entre outras atribuições, pois contribui para o desenvolvimento integral da turma e de cada um, individualmente.

A professora Luciana Weiss Quandt, da EBM Vitor Miguel de Souza, no Itacorubi, teve uma experiência marcante no início deste ano letivo: “Um aluno da 5ª série me pediu para tocar a música Trenzinho do Caipira de Heitor Villa-Lobos e quando terminei, ele comentou que ‘isso é que é música legal’”, acrescenta. Segundo a professora, este aluno teve contato com o repertório musical através de apresentações realizadas no ano anterior pela escola à comunidade. “Acredito que o papel da educação musical é também dar oportunidade aos alunos para ampliarem seu repertório”, finaliza.

Formação

A formação inicial e continuada dos professores é apontada como crucial para garantir a qualidade do aprendizado dos alunos em Música. “É necessário aproximar a universidade e a escola, pois esta proximidade deve ser tanto formal, institucionalizada, quanto prática”, defende Luciana Weiss Quandt, também assessora da Diretoria de Ensino Fundamental. “É importante que o professor de música tenha formação superior na área que atua para poder ministrar os conteúdos oferecidos aos alunos”, atesta.

Segundo o professor de música Gilberto André Borges, a Secretaria de Educação orienta e atende o profissional naquilo que ele sabe fazer bem. “Se o professor trabalha bem com coral, vai receber o material e o apoio institucional para desenvolver essa atividade”, salienta. “Em uma das escolas, por exemplo, investiu-se na criação de uma banda musical. Os instrumentos de sopro foram comprados e, como houve um envolvimento da Unidade Escolar no desenvolvimento dessa atividade, a escola recebeu, não só o professor maestro da banda, como obteve, por três anos, uma carga horária extensa, curricular e extracurricular, de musicalização”, acrescenta.

Musicalização

A unidade educativa, citada por Gilberto, é a Escola Básica Municipal Maria Conceição Nunes, no Rio Vermelho, que possui uma banda musical completa com naipes de flauta transversa, clarinete, saxofone, trombone, trompete, sousafone e percussão. Ela recebeu em agosto de 2008, 31 instrumentos de sopro, 25 estandes de partitura e teve aulas práticas de formação para o conjunto de banda. Além dos aparelhos musicais, no ano anterior, os alunos da unidade tiveram aulas de musicalização para aperfeiçoar a percepção auditiva, a coordenação motora, entre outras habilidades.

História

O ensino de música já fez parte dos currículos escolares, mas foi retirado na década de 1970. O projeto de lei para o retorno dessa disciplina foi proposto pela senadora Roseana Sarney e surgiu com a mobilização do Grupo de Articulação Parlamentar Pró-Música (GAP), formado por 86 entidades, como universidades, associações e cooperativas de músicos.
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