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quarta-feira, maio 1, 2024
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A quarta ponte de Florianópolis

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A quarta ponte de Florianópolis

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Artigo de Ricardo Valls, Presidente da ADIT Brasil

Nas últimas semanas, o governo definiu que a solução para nossa prejudicada mobilidade urbana
será a construção de uma quarta ponte, ligando um ponto próximo ao trapiche da Beiramar Norte
com a Ponta do Leal, no continente. Segundo o Google Earth, uma distância de aproximadamente
2.2 km, ou seja, o dobro das atuais pontes que estão em uso. Não chega a ser exatamente uma obra
enorme, mas é uma ponte grande, que ocupará espaço muito nobre da cidade. E talvez tenha um
impacto positivo na absorção e redistribuição do trânsito, pelo menos esse é o objetivo. Não sou
muito fã desta solução – numa comparação do ótimo urbanista Andrés Duany, seria como um
sujeito obeso afrouxar o cinto. Melhora, mas não resolve. E, assim, em pouco tempo estará apertado
novamente. Nem acho que ela atenda ao caráter emergencial do problema que vivemos hoje – é
uma obra para uns 3 a 5 anos, numa visão otimista e se o licenciamento ambiental transcorrer de
forma técnica, despolitizada. Em menos de 3 anos, a cidade já estará completamente travada.

Temos que pensar em outras soluções, como o estímulo às empresas a adotarem o horário flexível
de entrada entre 7-10h e saída entre 16-19h, para distribuir o trânsito nos horários de rush; ou o
incentivo à ocupação marginal da via expressa com prédios corporativos, desobrigando muita gente
a entrar na ilha. Há várias outras alternativas. Independentemente de tudo, parece que a quarta
ponte virá. E, nesse caso, alimento uma esperança. A de que ela seja uma obra grandiosa, embora
não grande. Não devemos economizar para fazê-la. Somos um destino turístico e precisamos agir
como tal. A nova ponte precisa ser espetacular, uma espécie de “nova Hercílio Luz”, que precisa até
ofuscar a original. É assim que fazem os países sérios: sempre melhor. Vejam as pontes
Erasmusbrug, na Holanda; Great Belt, na Dinamarca ou Tsing Ma, em Hong Kong. Elas não deixam
dúvidas.

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