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quinta-feira, abril 25, 2024
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De Floripa para o mundo: artesanato açoriano viaja para feira internacional

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De Floripa para o mundo: artesanato açoriano viaja para feira internacional

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Fotos: Joi Cletison / NEA

Crivo, renda de bilro, tecelagem, cerâmica figurativa e utilitária, artesanato com escama de peixes são técnicas artesanais trazidas pelos imigrantes açorianos que permanecem vivas graças à capacidade de se adaptar aos novos tempos. De 18 a 20 de novembro, Açores vai conhecer a engenhosidade e a beleza desse artesanato confeccionado na Ilha de Santa Catarina. O diretor do Núcleo de Estudos Açorianos da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC (SeCArte), Joi Cletison, vai apresentar o Projeto Saber Fazer aos participantes da Expo-Artesanato da Macaronesia e do Atlântico, que ocorre na Ilha de São Miguel, no arquipélago autônomo dos Açores.

Sob o lema Criatividade e Inovação, a Expo-Artesanato é um grande evento voltado à promoção e estudo do artesanato que engloba a Feira Internacional de Artesanato e um Fórum de Debates. O artesanato catarinense será representado pela artesã Osmarina Villalva, de São José, que fará uma mostra ao vivo de sua cerâmica figurativa, marcada pelas imagens do presépio, boi de mamão, cortejo do espírito santo e outras festas religiosas. Patrocinada pela SeCArte, Osmarina vai expor sua produção dentro do Projeto Saber Fazer no estande do NEA/UFSC. Nesse estande, a exposição de fotografias e peças de diferentes técnicas e artesãos vai proporcionar uma mostra da produção artesanal de Santa Catarina.

Durante o fórum, o diretor do NEA fará uma palestra sobre o tema ´Artesanato de origem Açoriana no Sul do Brasil – Herança e inovação`, discutindo os princípios e resultados do projeto Saber Fazer na revitalização do artesanato em Santa Catarina. O projeto tem como objetivo estimular, valorizar e preservar as práticas artesanais tradicionais desenvolvidas pelos descendentes de açorianos. E faz isso orientando e capacitando o artesão para qualificar o seu trabalho e adaptá-lo às necessidades do consumidor atual. Segundo Cletison, essas inovações favorecem a comercialização dos produtos e a sobrevivência dos que mantêm viva a cultura açoriana. “Quanto mais dinâmica e atualizável a cultura, mas condições têm de se preservar”.

O Saber Fazer encoraja os artesãos ao uso de matérias-primas disponíveis na região para produzir conforme os conhecimentos tradicionais aprendidos dos mais velhos. Além de promover oficinas com esses artesões para repasse das técnicas de produção, o NEA oferece cursos que ensinam a melhorar a apresentação do produto e a agregar valor. “O artesanato é uma atividade que quando produzida com qualidade tem grande potencial econômico e torna-se um poderoso mecanismo de reconhecimento e fortalecimento da identidade da cultura regional”, acentua Cletison em seu estudo.

Exemplo dessa inovação é a renda de crivo, antes usada para o vestuário dos nobres e do clero e que reaparece aplicada em detalhes da calça jeans ou em marcadores de livro. O mesmo ocorre com o tear, que hoje busca sua matéria-prima nas sobras das malharias. Ou ainda com os objetos e panelas de cerâmica, que se tornaram mais decorativos do que utilitários, como na origem. A renda de bilro também aderiu a soluções criativas, migrando do enxoval para as roupas de praia e garante a sobrevivência de cerca de cem artesãos no litoral catarinense.

Para obter fotos de divulgação e o programa do evento: www.nea.ufsc.br/ArtesanatoAcores.zip

Local: Ilha de São Miguel – Arquipélago do Açores – Portugal
Data: 18 a 20/11/2009

Informações: Raquel Wandelli / raquelwandelli@gmail.com / 9911-0524 /
3721-8329

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