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sábado, abril 20, 2024
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Equipe de biólogos da UFSC constata que manchas no Norte da Ilha são algas inofensivas

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Equipe de biólogos da UFSC constata que manchas no Norte da Ilha são algas inofensivas

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A equipe de biólogos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que fez a análise da água do mar coletada nas praias de Ponta das Canas e Lagoinha, no Norte da Ilha de Santa Catarina, divulgou que a mancha escura que assustou banhistas foi causada pela presença de uma alga inofensiva.

Os pesquisadores do Departamento de Botânica, do Centro de Ciências Biológicas da UFSC redigiram a nota a seguir para tranquilizar a população:

“As manchas de coloração marrom e avermelhada visualizadas essa semana no norte da ilha, especialmente na Ponta das Canas e na Lagoinha foram coletadas e analisadas por pesquisadores do Laboratório de Ficologia do Depto. de Botânica da UFSC. As coletas foram realizadas nesta sexta-feira, dia 25 de janeiro, por volta das 8h da manhã e imediatamente levadas ao laboratório e processadas. Trata-se de uma floração de uma microalga do grupo das cianofíceas (ou cianobactérias). É um fenômeno natural e recorrente na costa catarinense todos os anos nos meses de primavera e verão. Essas algas estão associadas às águas tropicais da Corrente do Brasil, que passa ao largo da costa brasileira. São algas que retiram o nitrogênio do ar (fixadoras de nitrogênio) e para isso têm mecanismos de flutuação para se posicionar na superfície da água. Quando se encontram na superfície são levadas pelo vento até a costa, onde podem morrer. Quando morrem liberam um pigmento vermelho (ficoeritrina) que dá a coloração chamativa ao fenômeno.

Não há perigo para banhistas em geral e para a maricultura, pois a espécie encontrada não é tóxica

Colônia de microalgas ao microscópio

(Trichodesmium hildebrandtii e/ou Trichodesmium erythraeum). O máximo que pode acontecer é alguma reação alérgica por parte de pessoas sensíveis a certas substâncias exaladas pelas algas. Entretanto, há uma espécie do grupo que pode ser tóxica (Trichodesmium thiebautii) e por isso os fenômenos devem ser monitorados e informados ao Laboratório de ficologia da UFSC. Essa espécie é raríssima e jamais foi encontrada em grandes concentrações em Santa Catarina, pelo menos desde que a UNIVALI e a UFSC começaram a monitorar o processo em 1994.

O Laboratório de Ficologia da UFSC (Depto. de Botânica – CCB) participa desses estudos em colaboração com a UNIVALI e a FURG (Rio Grande – RS) e com o conhecimento já adquirido pode-se classificar o fenômeno como natural, inofensivo e sazonal, típico de meses quentes. Informamos ainda que o fenômeno nada tem a ver com a catástrofe ocorrida no Ribeirão da Ilha, onde o askarel altamente tóxico vazou para os ecossistemas próximos a Subestação da CELESC.

Frascos com material coletado

A comunidade pode comunicar a constatação desses fenômenos e outros eventos estranhos nas águas costeiras para a equipe do professor Leonardo Rörig através do telefone (48) 9605-7414 ou pelo email. Diante dos comunicados a equipe do laboratório pode deslocar-se até o local para fazer as coletas e análises necessárias. É muito importante que a comunidade fique de monitora desses fenômenos pois o litoral é muito grande e os pesquisadores têm dificuldade para monitorar diariamente todas as áreas.”

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