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Florianópolis, 9 fevereiro 2025
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Exposição Cadernos de Desenho tem abertura no dia 4 de maio

VariedadesExposição Cadernos de Desenho tem abertura no dia 4 de maio
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Memorial Meyer Filho, na Praça XV de Novembro.

Abre na terça, 4 de maio, às 19h30, no Memorial Meyer Filho, a exposição ´Cadernos de desenho`. A mostra – que pode ser visitada até o dia 27 de maio – integra o projeto homônimo, contemplado pelo Edital Elisabete Anderle, que compreende uma exposição itinerante e um livro (a ser publicado em breve), ambos resultados das atividades da pesquisa sobre as obras e processos dos artistas Carlos Asp, Fernando Lindote, Julia Amaral, José Antônio Lacerda, Raquel Stolf e Yiftah Peled. Além de Florianópolis, a exposição será realizada na Galeria de Arte da Fundação Cultural de Criciúma, em junho, na Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew e em mais uma cidade a ser definida brevemente.

A concepção do projeto é de Aline Dias, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC. A produção e a pesquisa foram realizadas por Aline Dias, Ana Lucia Vilela e Julia Amaral e incluiu a visita aos ateliês dos artistas convidados, provenientes de diferentes gerações, com linguagens e produções artísticas singulares, além de abordagens e usos distintos do desenho em seus processos.

Sobre a exposição

A exposição não tem como ponto de partida nenhuma idéia predefinida de desenho, nem pretende agrupar os desenhos dos artistas em uma temática, mas procura explorar e inventariar as especificidades e desdobramentos que o desenho apresenta no processo de cada artista. É justamente a conexão entre o conceito central do projeto (expansões e desdobramentos do desenho contemporâneo) e o diálogo singular com cada artista e sua visão própria do desenho no trabalho, que norteia a curadoria.

O caderno de desenho, seja ele uma pasta, um caderno mesmo, um conjunto de folhas presas numa prancheta, arquivos de computador ou folhas dispersas em um saco plástico, ganha relevo neste projeto porque comporta uma dimensão de arquivamento e revisitação. O caderno implica também em rasuras, apagamentos e reinscrições, centrais na prática artística atual. Exibidos ou não como trabalho, esses desenhos não perdem o vínculo com o processo, reorganizando o funcionamento do trabalho, suspendendo modelos de relacionamento e apreensão do mundo e da linguagem.

Sobre a pesquisa

Como se dá, atualmente, a prática do desenho no campo da arte? Que formas o desenho assume em cada processo? Qual a relação com a ideia de projeto, ou seja, de que forma o pensamento desenhado se transpõe (quando isso acontece) para outro meio?

Com essas e outras questões em mente e com o intuito de, ainda que precariamente, inventariar as formas que o desenho vem assumindo na contemporaneidade além de conhecer as especificidades desta expressão na prática artística dos artistas citados, invadimos (de forma consentida) a intimidade dos seus processos, fuçamos seus ateliers, folheamos seus caderninhos, perguntamos insistentemente sobre suas intenções e procedimentos e registramos com fotografia e gravação sonora as visitas. Neste processo se deu a escolha das obras que integram a exposição.

Mais sobre o projeto e abordagens do desenho:
Desde que não é mais próprio ao desenho a representação de objetos, idéias, sensações através de signos gráficos dispostos numa superfície bidimensional, o desenho não se extinguiu mas, ao contrário, assim desapropriado, proliferou em facetas. A partir da produção artística dos anos sessenta, podemos pensar no desenho enquanto projeto, instalação, linha, registro, diálogo com a arquitetura, volume, fronteira, delimitação do espaço, ferramenta de formulação e imaginação; ou seja, o desenho se desdobrou do campo da representação e aproximou-se ao pensamento. Se o desenho não representa algo pensado, ele passa a ser o próprio meio do pensamento; o desenho pensa.

Diante da impossibilidade (e irrelevância) de formular uma definição de desenho, podemos inventariar a diversidade de sua prática e sua relação com o processo artístico, e é isto que esta exposição propõe.
Não partimos, portanto, nem de uma idéia predefinida de desenho, nem de desenhos dos artistas alinhavados por uma temática, mas sim das especificidades e desdobramentos que o desenho apresenta no processo de cada artista. É esta pluralidade de práticas de desenho que o visitante terá a oportunidade de apreciar.

SERVIÇO

O quê: Exposição Cadernos de desenhos
Quando: abertura no dia 4 de maio, terça-feira, às 19h30. Visitação de 5 a 27 de maio de 2010, de terça a sexta, das 10h às 18h.
Onde: Memorial Meyer Filho. Praça XV de Novembro, 180, esquina com a Rua Tiradentes. Centro – Florianópolis, SC.
Informações: Ana Lúcia Vilela: (48)3364 3035/ 9136 2649.