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Exposição “A extensão das coisas” abre nesta sexta-feira no Memorial Meyer Filho

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Exposição “A extensão das coisas” abre nesta sexta-feira no Memorial Meyer Filho

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Mostra no Memorial Meyer Filho evidencia diálogos entre desenhos feitos pelo modernista entre 1974 e 1975 e obras de artistas contemporâneos a partir das noções de extensão e hibridismo

Abre no dia 11 de novembro de 2011, às 20h, a exposição “A extensão das coisas”, integrante da Agenda 2011 do Memorial Meyer Filho. Com curadoria de Kamilla Nunes e Teresa Siewerdt, reúne, junto a obras do modernista Meyer Filho, sete artistas atuantes na cena contemporânea brasileira, Diego de los Campos, Fernanda Chieco, Franzoi, Nino Cais, Rodrigo Braga, Thaís Gil e Walmor Corrêa, e propõe, a partir de desenhos, performances, objetos, vídeo, aquarela e fotografia, interlocuções da obra de Meyer Filho com a dos artistas contemporâneos através de uma noção de extensão e hibridismo. Na ocasião da abertura, duas performances estão programadas, dos artistas Diego de los Campos e Franzoi.

Movimento Dois: A extensão das coisas

Em julho de 2009, foi realizado no Memorial Meyer Filho o “Movimento Um”, primeira parte de um projeto cuja exposição intitulou-se “Impremeditações”. Nessa edição, estávamos interessados nos esboços de Meyer Filho, representativos, para nós, de um período de seu pensamento plástico que surgiu em estado bruto e impremeditado, pouco atento ao acabamento e ao rigor técnico. A partir da pesquisa em seu acervo e da intimidade que passamos a ter com seu processo de criação, foram convidados artistas visuais e cênicos que possuíam, tal como Meyer, um fascínio pelo rearranjo formal e as justaposições com objetos e situações do impremeditado.

As reverberações e interlocuções entre Meyer e os seis trabalhos selecionados, de Augusto Benetti, Erro Grupo, Giorgio Filomeno, Julia Amaral, Luana Raiter/Erro Grupo e Roberto Freitas, indicavam uma proximidade entre seus procedimentos de criação. Enquanto o esboço, o acaso, o imprevisto e o improviso incidiam diretamente nas soluções das obras, o material utilizado pelos artistas deslocava suas funções, usos, fins e valores.

Pensar o procedimento utilizado por Meyer Filho para a construção de sua obra e perceber como ele se estende na contemporaneidade é, também, o mote do “Movimento Dois”, com a exposição “A extensão das coisas”. Desta vez, em vez de focar na impremeditação, no risco e no esboço, escolhemos trabalhar as noções de extensão e hibridismo, muito presentes no modernismo, sobretudo na América Latina, mas pontualmente nos desenhos realizados por Meyer Filho entre 1974 e 1975.

O recorte temporal deve-se ao fato de que no período o artista estava interessado não apenas em amalgamar humano/animal e animais de espécies distintas (ou imaginárias), mas também de unir a essas duas naturezas o vegetal, o objeto e a tecnologia. “Homenagem ao automóvel” e “A torneira mágica” são algumas das obras que pertencem a esse período e que abarcam em si toda a ideia de extensão da proposta curatorial.

Novos sentidos e projeções

Deparar-se com um trabalho de arte contemporânea e traçar no plano sensitivo uma aproximação com o procedimento adotado por Meyer pareceu-nos não apenas um desafio, mas também uma forma de mostrar ao público as diversas maneiras de se pensar a extensão, através das junções que se dão pelas práticas artísticas: corpo/corpo, corpo/animal, corpo/objeto, objeto/vegetal, entre outras possibilidades. O que há em comum entre Meyer Filho, Diego de los Campos, Fernanda Chieco, Franzoi, Nino Cais, Rodrigo Braga, Thaiss Gil e Walmor Corrêa são as interfaces, prolongamentos e extensões que se agrupam no conceito de hibridização, onde uma parte não sobrevive sem a outra, é decorrente das anteriores ou propõe novas formas de existência.

As diferenças entre as obras, formais, temporais ou conceituais, possibilitam pensarmos em zonas de trocas e fronteiras como lugares a partir dos quais algo começa a se fazer presente, a adquirir novos sentidos e projeções. Na pausa que existe entre um trabalho e outro, entre o moderno e o contemporâneo, há diversas possibilidades de articulação que não possuem necessariamente um linha divisória, mas zonas de ininterrupto contágio.

Em continuidade ao trabalho educativo já feito em exposições anteriores, está sendo desenvolvida uma ação educativa especialmente pensada para a exposição, com visitas guiadas de grupos estudantis e uma possível prática criativa. O Memorial Meyer Filho também está efetivando sua associação com as entidades escolares afim de fortalecer e facilitar o processo de visitação guiada, feito pelo monitor Fernando Weber.

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