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segunda-feira, maio 20, 2024
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Paul McCartney faz show histórico de 41 músicas e 2h45 na Ressacada, em Florianópolis

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Paul McCartney faz show histórico de 41 músicas e 2h45 na Ressacada, em Florianópolis

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Empunhando o lendário baixo Hofner, Macca recebeu 30 mil pessoas em noite chuvosa na Capital e apresentou o seu melhor produto, aquele pelo qual cada espectador pagou caro para desfrutar: uma linda e sedutora viagem aos tempos de Beatles, Wings e carreira solo – texto, foto e vídeo de Felipe Lenhart.

Quem foi, viu: Paul McCartney, 69 anos, recebeu 30 mil pessoas na chuvosa noite desta quarta-feira, 25, no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, e ofereceu a elas uma inesquecível viagem no tempo ao longo de 2h45 e 41 músicas – dos Beatles, dos Wings e de sua carreira solo. Canções como “Hey Jude”, hino de uma geração e hit universal, e “Live and Let Die”, a trilha sonora mais famosa dos filmes de James Bond com direito a pirotecnia hollywoodiana e um clima arrasador, emocionaram uma plateia que, se deixou de vibrar em alguns momentos, deu aula de catarse coletiva em outros e arrancou de Macca elogios repetidos: “Vocês são demais” e “coisa mais querida”, em português improvisado, de sotaque carregado, foram ditos algumas vezes pelo músico, para satisfação plena do público.

McCartney abriu o show com “Magical Mistery Tour” – convite para que deixasse guiar seus visitantes pela vasta musicografia de que ele é, senão o criador, um dos coautores. Em seguida, emendou “Junior`s Farm”, da época dos Wings, e “All my loving”, uma das mais famosas dos Beatles.

A viagem pelo tempo, porém, começa bem antes que Macca e sua banda subam ao palco com pontualidade britânica, agradeçam a visita e deem início ao show. De maneira sedutora para todas as idades e gerações, cerca de duas horas e meia antes do primeiro acorde ao vivo, canções dos Beatles são executadas em versões atualizadas, com samplers e mixagens, em ritmos que vão do jazz e do gospel (“Blackbird”) à dance music (“Getting Better”), acompanhadas de quadros e obras de arte contemporânea nos telões. Coisa de DJ, e quem olhasse o palco com atenção viria um sujeito cabeludo em frente a duas telas de Macintosh, mexendo a cabeça e requebrando o quadril como se estivesse à frente das picapes de uma boate.

Aos poucos, as artes plásticas do telão começam a dar lugar à memorabilia da carreira de Paul, com fotos, objetos e colagens dos anos 60, dos Beatles e sua época (lá estão Liverpool, Mick Jagger, Mersey Beat, Jimi Hendrix, Linda McCartney, Cilla Black, entre outras personalidades e referências). As músicas também já não são mais tão “moderninhas”: ficam mais fiéis às originais e fazem a transição da pista de dança para a carreira solo e a beatlemania que está para ressurgir com força e frescor naturais no momento em que as luzes se apagarem e o baixista dos Beatles entrar à frente da sua banda sem nome para a primeira música da noite.

Feita a transição, é hora dos velhos sucessos – aqueles pelos quais cada uma das 30 mil pessoas presentes pagou caro para ouvir. E McCartney não decepciona: intercala músicas dos Wings com sequências inteiras dos Beatles, em especial na metade final do show. Dedica músicas ao “irmão” John Lennon e ao “amigo” George Harrison e projeta imagens deles e da ex-banda no enorme telão que fica nos fundos do palco, atrás do divertido e excelente baterista Abe Laboriel Jr. Faz questão de lembrar que a guitarra que está empunhando é a mesma utilizada lá nos anos 60 para compor certo clássico. Traz, enfim, o bom e velho Beatles à cena.

Os instrumentos, por sinal, são protagonistas dos shows de Paul McCartney. Algumas vezes, ao longo da apresentação, ele ergue o lendário baixo Hofner com uma só mão, ou o violão, ou a guitarra, ou o ukelele (espécie de cavaquinho havaiano) e os exibe ao público, que delira a cada vez. Sua dedicação a eles é tanta que, nas músicas em que fez solos de guitarra ou quando esteve ao piano enquanto algum guitarrista solava, é como se tudo o mais em volta não existisse, e ele ficasse entregue ao instrumento para arrancar-lhe a melhor sonoridade possível, fazendo caretas que acompanham as notas e a melodia.

Divertido, Paul parecia estar à vontade mesmo que, de vez em quando, aparentasse não entender a falta de entusiasmo da plateia em algumas músicas. Quando percebia a energia do público, o músico inglês não se furtou a dar pulos e passos de dança diante do microfone. Conversou em português, citou os “manezinhos”, usou a palavra “istepô” e, claro, “Floripa”, como mostra o vídeo abaixo.


Set list

Magical Mystery Tour
Junior’s Farm
All my loving
Jet
Drive my car
Sing the changes
Night before
Let me roll it
Paperback writer
The long and winding road
1985
My valentine
Maybe I´m amazed
I´ve just seen a face
Hope of deliverance
And I love her
Blackbird
Here today
Dance tonight
Mrs. Vandebilt
Eleanor Rigby
Ram on
Something
Yellow submarine
Band on the run
Ob-la-di ob-la-da
Back in the USSR
I`ve got a feeling
A day in the life/Give peace a chance
Let it be
Live and let die
Hey Jude
Lady Madonna
Day tripper
Get back
Yesterday
Birthday
I saw her standing there
Golden slumbers
Carry that weight
The end

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