A expectativa de público da organização do FAM 2010 em relação à Mostra Infanto-Juvenil foi superada nesta edição. Dos três mil alunos previstos, 3.466 crianças participaram dos quatro dias da mostra competitiva. Foram 1.466 crianças a mais que na edição anterior.
Nas seis sessões da mostra, a alegria tomou conta dos corredores do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, por onde meninos e meninas de três a 13 anos passavam em fila indiana rumo à sala escura.
A aventura de participarem de uma excursão escolar ao cinema foi marcante para a maioria dos alunos de educação infantil ao ensino fundamental de escolas da Grande Florianópolis. “Gostei muito de vir aqui. Gosto de ir ao cinema porque tem muita coisa engraçada”, disse Igor Branco Waltrick, 10 anos, aluno da 4ª série da Escola de Educação Básica Hilda Teodoro Vieira. “Gostamos muito de cinema, mas não vamos muito. Vamos mais pela escola”, disseram as amigas e colegas da 5ª série da Escola de Educação Básica Getúlio Vargas, na Capital, Amanda Lopes, 11 anos e Márcia de Souza Vieira, 10 anos.
Antes do início das sessões, na sala Garapuvu, a dupla de atores e apresentadores, Vicente Concilio, 31 anos e Juliana Riechel, 20 apresentavam os filmes e faziam brincadeiras com a criançada, quegritava, ria, não parava quieta nas poltronas. “A resposta deles dá mais força para jogar mais”, disseram os atores, que deram um show de alegria durante a mostra.
Na saída das sessões, a euforia tomava conta da platéia infantil. Colegas de escola trocavam impressões sobre os filmes, cantavam, se abraçavam e comiam pipoca, cortesia do festival. Em fila, os alunos seguiam para o estacionamento, onde os 14 ônibus cedidos pela Udesc para buscar e levar as crianças os aguardavam para retornar às escolas. A logística do transporte dos alunos foi realizada pelo Instituto Lagoa Social, por meio de parceria com a Panvision, organizadora do FAM.
Em uma iniciativa pioneira, a Udesc disponibilizou monitores da área de pedagogia para acompanhar os alunos.
Júri especializado
No caminho de volta, dentro dos ônibus, monitores perguntavam quais filmes os alunos tinham gostado mais.
Serão elas, as crianças, o júri popular que vai escolher o melhor dos 21 filmes exibidos ao longo do festival.
São produções em animação, ficção e documentário de Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Sergipe, Paraná, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Chile. A seleção da mostra foi feita por uma comissão formada pela pedagoga Cláudia Messores, a mestre em educação e infância, Luzia Madalena Leite, e a difusora cultural, Marilha Naccari.
Os vencedores serão conhecidos na cerimônia de premiação, a partir das 19h30, na sala Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos, nesta sexta-feira, dia 18, último dia do festival.
Preferidos na disputa
Se depender do boca a boca nos corredores, três filmes estão fortes na disputa. A animação Como comer um elefante, de Jansen Raveira é um deles. “Gostei de tudo, mas o que mais gostei foi o filme da história de uma jibóia que come o elefante, depois o elefante saiu com medo do rato”, contou Bruno Fernando Pereira, 11 anos, aluno da 6ª série da escola Getúlio Vargas.
A ficção A garrafa do Diabo, de Fernando Coimbra fez sucesso entre os meninos. “O filme do diabo é o mais legal porque é de terror”, disse Gustavo Salamy, nove anos, aluno da 4ª série da escola Hilda Teodoro Vieira.
A animação em massinha Eu queria ser um monstro, de Marcelo Marão encantou as crianças mais novas. “Gostei do filme de massinha porque o menino toma banho e não molha a toalha e a mãe viu”, disse a aluna do Núcleo de Desenvolvimento Infantil da UFSC, Glória Zundt, de três anos, despertando gargalhadas no diretor, presente a sessão. “Podia ter mais dias assim para diferenciar as aulas. Cinema é muito legal”, disse Jean Karlos Vieira, nove anos, aluno da Escola Básica Municipal José do Vale Pereira, em Florianópolis.
