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domingo, maio 5, 2024
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Shoppings de Florianópolis têm 18 meses para adequar estrutura a deficientes físicos

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Shoppings de Florianópolis têm 18 meses para adequar estrutura a deficientes físicos

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Os shoppings Beiramar, Floripa e Iguatemi, todos em Florianópolis, assinaram, na semana passada, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), da 30ª Promotoria de Justiça da Capital, que prevê a realização de obras para facilitar o deslocamento e a movimentação de deficientes físicos. Os estabelecimentos têm até dezembro do ano que vem para se adequarem.

O termo proposto pelo promotor público Alexandre Herculano e aceito pelos representantes dos shoppings estabelece que as mudanças observadas por quatro instituições ligadas a portadores de deficiência física sejam feitas em até 18 meses.

Os projetos elaborados pelos empreendimentos foram aprovados pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, órgãos que serão responsáveis por avaliar as modificações ao fim do prazo e, só então, conceder a certidão de adequação.

Falhas dificultam acesso e deslocamento de cadeirantes

Os braços de Almir Sidinei dos Santos, de 34 anos, precisam de força extra, pois fazem as vezes das pernas na hora de dar o impulso na cadeira de rodas. Isso nunca impediu um dos 3,8 mil integrantes da Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (Aflodef) de se locomover.

Mas quando os obstáculos e a falta de espaço tiram dele o direito de ir e vir, é a paciência que precisa ser redobrada. Para evitar situações como estas, o Diário Catarinense levou Almir aos três shoppings de Florianópolis para um teste.

Almir constatou que, apesar do fácil acesso a todos os pavimentos e ambientes, existem pequenas falhas como falta de sinalização e dificuldade de tráfego nas praças de alimentação.

O cadeirante, que costuma frequentar os shoppings da Capital com a mulher, Josiane, aponta que um dos maiores problemas é a falta de espaço entre mesas e cadeiras nas praças de alimentação:

— Nem precisa o local estar muito cheio para nos causar alguns transtornos. Para chegar a uma cadeira ou mesa temos de passar entre várias outras e nem sempre há espaço para isso.

Os três shoppings oferecem as vagas de estacionamento exclusivo para deficientes, elevadores e rampas de acesso mas, para Santos, esses benefícios demoram a ser localizados simplesmente por falta de sinalização ou placas indicativas.

— Para quem está na cadeira, a vaga no estacionamento ou elevador é o único caminho possível. Ele não pode ficar escondido. Essa falha está em todos os shoppings — avalia.

Alternativas

Os shoppings procuram alternativas para os clientes portadores de deficiências físicas, mas essa realidade ainda caminha a passos lentos por parte dos lojistas. Balcões dos buffets, lanchonetes e lojas mais altos e trocadores são alguns exemplos de obstáculos para os usuários.

— Ajustamentos como esse proposto pelo Ministério Público não são direcionados aos lojistas, mas aos poucos isso pode mudar de uma maneira informal. Estamos fazendo uma campanha entre os comerciantes para estender as adequações também para dentro das lojas e lanchonetes — conta o arquiteto do Beiramar Shopping Frederico Cruz.

Obstáculos

Beiramar Shopping

— Falta sinalização das rampas no acesso do estacionamento ao interior do shopping.
— Guichê de pagamento do estacionamento é mais alto que o ideal e sem lugar preferencial para deficientes físicos.
— Quinas pontiagudas dos bancos de corredores e caixas para plantas e folhagens pode prejudicar deficientes visuais.
— Falta de espaço para circulação entre mesas e cadeiras da praça de alimentação.

O que diz o shopping: O arquiteto Frederico Cruz informa que o empreendimento deve promover todas as adequações necessárias até o final do ano.
— A altura mais baixa do balcão dos guichês foi uma sugestão muito boa. Quanto à praça de alimentação, projetamos uma área preferencial para cadeirantes. As outras observações são simples de serem solucionadas — esclarece Cruz.

Shopping Iguatemi

— A porta de vidro convencional em vez da automática no acesso do estacionamento ao shopping dificulta o acesso do cadeirante.
— Falta sinalização ou placas para indicar a localização do elevador.
— Espaço reduzido entre mesas e cadeiras na praça de alimentação.

O que diz o shopping: O superintendente Aléssio Bergonzi disse que várias adequações já foram aprovadas, como a indicação de final do corrimão de escadas para deficientes visuais e espelho inclinado no banheiros para os cadeirantes. Todas as falhas observadas pelo cadeirante devem ser corrigidas ao dentro do prazo de 18 meses estipulado no TAC.

Floripa Shopping

— Tem várias vagas de estacionamento para cadeirantes, mas falta sinalização para indicar os elevadores.
— Falta de espaço entre mesas de cadeiras na praça de alimentação.

O que diz o shopping: O superintendente Antônio Britto diz que o empreendimento prevê a execução de dezenas de adequações que irão beneficiar os deficientes físicos e também visuais. Entre as melhorias estão a colocação de rampas e pisos táteis entre os pontos de ônibus e circulação do shopping, instalação de portas automáticas em todos os acessos do estacionamento, readequação das mesas da praça de alimentação e capacitação de funcionários para atendimento aos deficientes.

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