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sexta-feira, março 29, 2024
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Vereadores de Florianópolis questionam autoridades de segurança

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Vereadores de Florianópolis questionam autoridades de segurança

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Numa longa sessão, na noite de segunda-feira, dia 13 de junho, os vereadores e as autoridades ligadas à área da Segurança Pública em Florianópolis discutiram medidas e soluções para tentar diminuir o número de ocorrências e e a violência urbana na Capital.

Participaram da sessão especial, convocada a partir do requerimento do vereador Aurélio Valente (PP) subscrito por todos os demais vereadores, o comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Avila, o secretário municipal de Segurança Pública, Hamilton Pacheco da Rosa, o comandante da Guarda Municipal, Ivan da Silva Couto Júnior e representantes dos diversos Consegs (Conselhos de Segurança) de Florianópolis.

Falando em nome dos vereadores, Aurélio Valente saudou a presença das autoridades, mas disse que sentia a ausência do secretário estadual de Segurança Pública, César Grubba. “O secretário deveria estar aqui para nos mostrar o que deve ser feitos nestes quatro anos do governo estadual. Eu tenho aqui uma pasta cheia com os apelos dos cidadãos por mais segurança, cheio de relatos de ocorrências. Precisamos de alguém que decida, que faça alguma coisa”, disse Valente.

Logo em seguida, falou o comandante da Guarda Municipal, explicando o funcionamento da instituição criada no dia 24 de maio de 2004, e que iniciou com 98 guardas e atualmente tem 146. Segundo ele, por conta do efetivo reduzido, as atividades rotineiras (ronda escolar, controle do comércio ambulante, fiscalização, apoio a eventos, etc) são feitas atualmente apenas no Centro e no Continente, mas que, em breve, com o aumento do contingente, deverão ser estendidas a todo o município.

Presidente da Amecon – Associação Metropolitana dos Conselhos de Segurança, Carlos Thadeu Lima Pires disse se sentir desesperançado, por que apesar de toda a luta, o desânimo se repete e se prolonga nas comunidades. “Somos cobrados diariamente, mas onde está o efetivo? Onde está o policiamento?”, disse, citando as promessas não cumpridas do secretário estadual do governo anterior, Ronaldo Benedet, a quem chamou de “persona non grata” dos Consegs.

A fala de Lima Pires foi complementada, quase ao final da sessão, na denúncia feita pelo vereador Jaime Tonello (DEM), presidente da Câmara Municipal, de que os membros do Conseg do Saco dos Limões são frequentemente ameaçados por bandidos, que deixam recados nas suas caixas de correspondência dizendo que conhecem as rotinas de suas famílias. “As comunidades são estimuladas a participar, prestam ajuda, mas se sentem desprotegidas. As pessoas ficam reféns dos bandidos”, disse Tonello, informando acerca das inúmeras ocorrências no bairro e no fato de a agência dos Correios do Saco dos Limões, que era usada pelas pessoas para pagamento de diversas contas, ter sido desativada justamente por causa da falta se segurança na região.

O coronel Hamilton da Rosa, secretário municipal, disse que a questão de segurança pública é responsabilidade de cada um, e que precisa ser entendida como algo que está ligado à educação, à saude, à moradia, ou seja, à presença do Governo Federal, do Estado e do Município em toda as áreas sociais.

O delegado-geral Aldo D’Avila explicou que a atuação da Polícia Civil nas funções de Polícia Judiciária, que atua na apuração dos crimes. Segundo ele, em 2011 já foram feitos 42 mil procedimentos em todo Estado. Na Capital, o índice de resolução de crimes é de 94%. Aldo disse ainda que o foco de atuação dos nove distritos policiais de Florianpopolis está direcionado no combate às drogas, já que o tráfico de entorpecentes é motivador de uma série de outros crimes. “Estamos fazendo aquilo que nos é possível”, disse.

Último dos convidados a falar, o comandante-geral da PM disse que a instituição, que é formada por pessoas que prestam serviço a outras pessoas, está fazendo o possível para atender todos os anseios e reclamações da sociedade. Segundo o coronel Nazareno Marcineiro, o efetivo ideal da PM catarinense deveria ser de 20 mil homens. Atualmente contando com cerca de 11 mil policiais, o efetivo deverá ser em breve aumentado com mais 1,6 mil policiais que deverão ser admitidos em concurso.

Acompanhado pelos comandantes dos três Batalhões de Policiamento da Capital e do staff de seu Estado-maior, o comandante fez uma radiografia da atuação da PM, apresentando números de ocorrências, incidentes criminais, viaturas empenhadas, pessoas abordadas, veículos apreendidos, presos foragidos recapturados, um balanço do que pode ser feito e do que deverá ser realizado. Segundo ele, a filosofia de atuação do atual comando da PM é pelo policiamento de proximidade, o que não significa o PM passeando pela rua com as mãos nas costas. “Entendemos a angústia do cidadão, mas estamos dispostos a fazer as melhorias que forem necessárias. Não falta vontade”, disse Marcineiro.

Na parte final da sessão, os vereadores fizeram questionamentos às autoridades de segurança. César Faria (DEM) parabenizou o secretário Hamilton por sua explanação dizendoque a sensação de insegurança surge na medida em que as instituições falham e sugeriu que fossem feitos investimentos em novas tecnologias para o combate ao crime. Dalmo Meneses (PP) pediu mais condições de trabalho para os policiais do Norte da Ilha, e sugeriu que a base de comando da PM fosse deslocada da Daniela para a SC-401. Erádio Gonçalves (DEM) salientou que todas as ações esbarram na limitação do efetivo e disse que a solução a longo prazo para o problema é investir maciçamente na inclusão social.

Renato Geske (PR) falou dos problemas do Leste da Ilha (só uma viatura para atender toda a região) e disse que a sociedade participa muito pouco. Celso Sandrini (PMDB) destacou que, pelas contas, o efetivo da PM em Florianópolis é de um policial para algo em torno de 850 habitantes, três vezes mais do que o recomendado pela ONU, e que esta situação não se resolve de um dia para o outro. Norberto Stroisch (PMDB) disse que cabe ao governo federal estabelecer de uma vez por todas uma Política Nacional de Segurança Pública e quis saber do comandante da PM quantos dos novos 1,6 mil policiais ficarão na cidade.

Romeu Franzoni (PP) lembrou o dito popular de que quem abre uma escola fecha uma prisão, e disse que, diante disso, deverá ser aberta uma nova penitenciária, já que três escolas foram fechadas pelo governo na cidade. Ricardo Vieira (PCdoB) quis saber sobre as perspectivas de implantação do policiamento comunitário, ao estilo das UPPs em atividade no Rio de Janeiro. João da Bega (PMDB) disse saber das dificuldades das polícias com relação ao efetivo e pediu a redução da maioridade penal para 16 anos. Por último, o vereador Edinon da Rosa (PSB) perguntou quando as câmeras de monitoramento da região de Canasvieiras entrarão em funcionamento e parabenizou o comandante da PM por sua fala, que transmitiu confiança aos que assistiram à sessão.

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