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segunda-feira, maio 20, 2024
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O mecânico que virou gourmet e criou o Ostradamus no Ribeirão da Ilha

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O mecânico que virou gourmet e criou o Ostradamus no Ribeirão da Ilha

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Empresário Jaime Barcellos conta a lojistas como trocou parafusos pelos frutos do mar que fazem a fama do Ostradamus.

Valorizar a cultura local e ao mesmo tempo estar sempre pronto para mudanças, ouvir com carinho as sugestões dos clientes, além de ler e viajar muito para conhecer as melhores práticas do mercado internacional. Estes são os ingredientes responsáveis pelo sucesso do restaurante Ostradamus, referência gastronômica em frutos do mar no Ribeirão da Ilha. A receita foi revelada pelo proprietário Jaime Barcellos na noite de terça-feira (18) durante palestra na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis.

As lições aprendidas nos primeiros anos e as estratégias para se manter em evidência em um mercado altamente competitivo foram os destaques da palestra de Barcellos. Ele ressaltou a importância de aprender com os próprios erros ao relembrar o início de sua trajetória empresarial, quando foi dono de uma oficina mecânica e de um bufê de cachorro-quente. Montado sob um telhado improvisado no quintal de casa, o bufê que era administrado de forma quase amadora evoluiu e agregou novos serviços até se transformar em uma marca vencedora.

Um destes serviços agregados foi crucial para a mudança no perfil no restaurante: as ostras in natura, fornecidas por produtores locais. Com o tempo, elas foram tomando o espaço dos pães e das salsichas e motivaram a criação de novas receitas no cardápio e a ampliação do espaço físico. “Ocupamos boa parte da casa com o resturante, inclusive a cozinha, e por um bom tempo o pessoal teve que viver no meio de uma ‘baguncinha’, às vezes dormindo no chão”, lembrou.

Absorvendo boas ideias

Barcellos contou que o projeto de se especializar em frutos do mar e oferecer um serviço mais sofisticado surgiu depois de atender um casal do Rio de Janeiro, que se encantou com as ostras locais e levou seu próprio vinho para degustá-las no que era ainda um projeto de restaurante. “Jamais os vi novamente, mas nunca vou esquecê-los, pois conversamos longamente e eles me deram uma série de bons conselhos”. A partir daí, ele diz ter aprendido a estar sempre aberto a sugestões e críticas de quem frequenta a casa, coisa que não costumava fazer na época em que era dono de oficina. “Paguei o preço por ser turrão, mas aprendi a lição”.

Além de colocar em prática as boas ideias dos clientes, outra prática cultivada pelo empresário é manter-se atualizado por meio de leituras e viagens. “Apesar de não ter ido além do segundo grau, minha busca por informação foi constante. Mas não basta estar dia e noite de olho no mercado, é preciso ter flexibilidade para trazer novas ideias sem fazer uma cópia, buscando alternativas de crescimento com um toque de personalidade”. E isso é o que não falta no restaurante, um lugar onde há mesas decoradas com temas exclusivos e o cardápio é tão atraente que muitos clientes acabam levando para casa, juntamente com pratos decorados e camisetas com a marca Ostradamus. “A excelência não é um feito, e sim um hábito”, ressaltou Barcellos.

Na ocasião, o empresário destacou a importância de se criar um espaço para compartilhar experiências com outros empresários da cidade. “Estar inserido no espaço da CDL para poder expor e trocar algumas idéias é para mim um prazer enorme. Há 12 anos, quando iniciamos nossas atividades, o meio empresarial não se reunia. Hoje, nós do ramo alimentício já chegamos à conclusão de que, para crescer, tem que se crescer em grupo.”

Por Diógenes Fischer

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