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Revitalização do Centro Histórico da Capital em discussão

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Revitalização do Centro Histórico da Capital em discussão

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Prefeitura de Florianópolis quer cercar Praça XV

Revitalizar o Centro Histórico da Capital, incluindo a praça 15 de Novembro, o largo da Alfândega e o calçadão da João Pinto, é o objetivo de diferentes ações e projetos para a região, tanto do poder público quanto da sociedade. A reativação do terminal Cidade de Florianópolis para todas as linhas intermunicipais e a mobilização dos comerciantes para reanimar as vendas, a restauração da Casa de Câmara e Cadeia (o antigo prédio da Câmara Municipal) e a polêmica sugestão do fechamento da praça 15 durante a noite para evitar a invasão de mendigos são exemplos de ações para reverter a situação de abandono de uma das áreas mais nobres da Capital.

A proposta de fechar a praça 15 durante a noite foi apresentada pelo vice-prefeito e secretário de Transportes, Mobilidade e Terminais de Florianópolis, João Batista Nunes. “De que adianta manter a praça aberta se quem usa não são os moradores, as famílias que querem visitar o local?”, argumenta João Batista. De acordo com o vice-prefeito, o projeto ainda está em fase de estudos, mas a ideia é manter a praça aberta para visitação pública e gratuita durante o dia e trancá-la no período noturno, com a vigilância de agentes da Guarda Municipal ou Polícia Militar. “Vamos ver o que se pode fazer e como a ideia será recebida pela sociedade que fará parte do processo de discussão”, afirma o vice-prefeito.

Embora polêmica e radical, a ideia não é tão revolucionária. Entre os anos de 1894 e 1912, o jardim da praça 15 já era murado e gradeado, conforme relatos da obra “Ruas de Florianópolis”, do escritor Adolfo Nicolich da Silva. Segundo o autor, as grades foram retiradas em 1912, no governo do prefeito Henrique Rupp. O portão principal que dava acesso à praça seria o que está instalado na entrada do cemitério São Francisco de Assis, no bairro Itacorubi, em Florianópolis.

Medida divide opiniões dos freqüentadores

O assunto divide opiniões entre comerciantes e moradores. Para a proprietária de uma banca na praça há 35 anos, Solange Maria da Costa, a ideia é radical. “Não haveria necessidade de fechar a praça se houvesse mais policiamento aqui. Também é preciso fazer os mendigos voltarem para as suas cidades”, avalia. Já o aposentado João Paulo Nazaré Bastos é favorável. “Depois das seis da tarde não tenho mais coragem de passar sozinho aqui”, conta ao lado dos amigos Wilson Losso e Waldir Vidal da Fonseca, que têm o mesmo posicionamento. Os moradores de rua, por sua vez, refutam a ideia. “Daqui a pouco vão querer privatizar a praça”, reclama um deles, Davi Amorim.

Opinião

“Acredito que deve haver alguma ideia melhor. Isso não é viável nem para o turismo. A prefeitura deveria buscar outras alternativas” – Diogo Martins, administrador.

“Acho que fechar é uma boa alternativa, mas também é preciso ter mais segurança e policiamento” – Waldir Vidal da Fonseca, aposentado.

Terminal será recuperado

Formado em dezembro passado, o Núcleo Terminal Cidade de Florianópolis, composto por representantes dos cerca de 80 estabelecimentos comerciais da região e apoiado pela CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) da Capital, realizou uma reunião na manhã de ontem para discutir iniciativas para reaquecer o comércio no local.

Eles esperam o cumprimento do prazo dado pela prefeitura para inaugurar o terminal, após uma reforma e a realocação no terminal de todas as linhas intermunicipais (parte delas foi desativada em 2003), no dia 23 de março, aniversário de Florianópolis. “A licitação já foi feita e as obras de reforma devem começar na semana que vem. Tudo indica que faremos a inauguração no dia 23”, informa o vice-prefeito.

De acordo com o coordenador do núcleo, o comerciante Antonio Carlos Wiezorkoski, desde que o terminal foi parcialmente desativado o movimento de consumidores caiu 80%. “Estamos desenvolvendo estratégias de divulgação do comércio local, com festividades e promoções na semana do dia 23 de março. Solicitamos parceria com algumas entidades para que nos forneçam suas estruturas de recreação, como desfiles, oficinas, teatros, leitura e brincadeiras, para chamar a atenção das pessoas”, explica.

Alto-falante

Gerente de uma loja de roupas e integrante do núcleo, Vera Lúcia Bueno já se encarregou de fazer a publicidade das mudanças. Com um microfone em punho e uma caixa de som na porta da loja, Vera chama a atenção das pessoas divulgando as novidades para o mês de março. “Eu creio na revitalização e ela vai sair. Nunca estivemos tão perto desta realidade”, diz a gerente.

(Por Maiara Gonçalves, Notícias do Dia, 25/02/2010, pag. 3)

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