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quinta-feira, abril 25, 2024
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Riscado é o filme de quarta-feira do FAM

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Riscado é o filme de quarta-feira do FAM

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Longa de estreia do jovem diretor Gustavo Pizzi traz um sopro de novidade ao cinema brasileiro

Do Hollywood Brazilian Film Festival, realizado em início de junho em Los Angeles, Riscado, de Gustavo Pizzi, chega ao FAM 2011 – 15º Florianópolis Audiovisual Mercosul para exibição na Mostra de Longas Mercosul desta quarta-feira, dia 29. O longa de estreia do diretor – conhecido pelo documentário Pretérito Perfeito – teve boa recepção em festivais nacionais e no exterior e também de crítica. A história parte da personagem Bianca (Karina Teles em atuação surpreendente e premiada no Festival do Rio de 2010), uma atriz que espera a carreira deslanchar. Enquanto batalha por oportunidades, ela se sustenta imitando divas do cinema e divulgando eventos.

Após fazer um teste para uma grande produção internacional, Bianca finalmente ganha o papel. Inspirado pela personalidade e o trabalho dela, o diretor do filme transforma a personagem do seu roteiro, em uma versão da própria Bianca, que será uma das protagonistas. Essa é a grande chance de sua vida?

O longa transcende a história e fala sobre a dificuldade de sobreviver da arte, a sorte e o talento, e as angústias próprias de quem depende de inúmeros fatores e oportunidades para as coisas acontecerem, como é a realidade de ator. “Riscado fala de todo mundo que busca se estabelecer, todas as pessoas que almejam ser bem sucedidas fazendo o que melhor sabem fazer, usando da melhor maneira o que acreditam ser a sua vocação. A gente queria falar de trabalho, oportunidade, sorte (existe sorte?)”,, observa Pizzi, jovem diretor nascido em 1977.

O roteiro de “Riscado”, que vem da expressão “entende do riscado”, é assinado por Pizzi e a atriz Karina Teles, mulher do diretor. Para uma estreia em longa, Pizzi já mostra a que veio, com escolhas ousadas e também refinadas, como as cores vibrantes, a troca de 35mm para 16mm em alguns trechos mais íntimos, mexendo com a questão temporal, a câmera na mão e um som que incorpora interferências e não ignora, por exemplo, os diálogos e falas paralelas. As filmagens duraram apenas 12 dias. “O orçamento era bem enxuto, por isso a gente precisava trabalhar de maneira rápida e eficaz, quanto mais dias rodando, claro, mais caro custa. Eu acredito sempre em pré-produções amplas e minuciosas, sendo muito ou pouco dinheiro para produzir, considera o diretor.

O filme é repleto de camadas, como na trilha sonora de Lucas Vasconcellos e Letícia Novaes (que formam a banda Letuce) e Iky Castilho. “A gente buscou sempre criar novas camadas e possibilidades de leitura dentro do que a gente queria dizer. Nunca reforçar o que já se via na imagem, nunca ser redundante”, afirma Pizzi.

Riscado também mostra a força de bons diálogos, um ponto crítico de muitos filmes. “Isso é algo que considero muito importante, um bom elenco com diálogos que caibam na boca dos atores. Para se chegar nesse lugar é preciso muito trabalho, mesmo com excelentes atores. Acredito muito na potência do trabalho de excelentes atores, mesmo quando não estão falando. Todos que estão em cena precisam estar naquele lugar, saber do que se trata – desde o ator principal até o mais distante figurante contratado”, enfatiza Pizzi.

O filme tem ainda no elenco Dany Roland, Camilo Pellegrini, Lucas Gouvêa, Cecília Hoeltz, Otávio Muller e participação especial de Gisele Fróes. A produção é de Cavi Borges e do próprio Pizzi.

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