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quarta-feira, abril 24, 2024
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Road movie no Sul do Brasil finaliza o 14º FAM

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Road movie no Sul do Brasil finaliza o 14º FAM

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A exibição de Hotel Atlântico, com a presença da diretora Suzana Amaral no palco, encerrou o 14º Florianópolis Audiovisual Mercosul 2010, e assim como em todos os anos anteriores, o Auditório Garapuvu da UFSC, com 1.400 lugares, estava lotado já na cerimônia de premiação.

Hotel Atlântico estava na tela do FAM no mesmo dia em que era exibido em Edimburgo, na Escócia. Na próxima semana estará em Munique, Alemanha, e depois na China e em Jerusalém. “O filme está tendo muito prestígio internacional, mais do que aqui no Brasil, onde se valoriza mais o entretenimento. Este é um filme fora dos padrões clássicos, é estranho, distinto, não é comercial, é para pensar. Espero que gostem e compreendam, é um filme bem arrojado e diferente”, disse Suzana, que estava acompanhada de um dos filhos, Marcelo, que mora em Florianópolis.

No road movie, como Suzana definiu o filme, Júlio Andrade (de O homem que copiava) é um ator desempregado, que depois de ver um cadáver sendo retirado do hotel onde está, decide sair numa viagem em direção ao Sul. Na jornada encontra personagens tão estranhos quanto ele. Com cenas gravadas em Florianópolis, na praia do Campeche e na ponte Hercílio Luz, tem no elenco João Miguel (de Estômago), Mariana Ximenes, Gero Camilo (de Carandiru) e Helena Ignez.

Cinema democrático – Com Hotel Atlântico o FAM finalizou sua 14ª edição consecutiva, estabelecido como um dos maiores e mais concorridos festivais dedicados a exibir gratuitamente a produção audiovisual latino-americana e a pensar sobre ela.

Foram exibidos 133 filmes, sendo 105 do Brasil, 9 da Argentina, 10 de Cuba, 2 da Espanha, 4 do Chile, 1 do Paraguai, 1 da Colômbia e 1 do Chile, nas mostras competitivas e não-competitivas e em quatro mostras convidadas, oportunidade única para o público superior a 25 mil pessoas conhecer essas produções, que normalmente não chegam ao circuito comercial de cinema.

A Mostra de Longas trouxe três produções brasileiras, Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca, Muamba, do catarinense Chico Faganello e Hotel Atlântico, de Suzana Amaral. Da Argentina foram exibidos Mentiras piadosas, de Diego Sabanés, La mosca en la ceniza, de Gabriela David e La invención de la carne, de Santiago Loza. Do Chile veio Ilusiones Ópticas, de Cristián Jiménez, e do Uruguai Mal día para pescar, de Álvaro Brechner.

As mostras competitivas exibiram 27 Curtas 35 mm, 36 Vídeos e 21 produções Infanto-Juvenis, vitrines para diretores consagrados e estreantes, estreias nacionais e um espaço privilegiado de lançamento para as produções catarinenses. Mais do que assistir os filmes, o público pôde também conversar com os realizadores no Fala Curta e dar sua opinião mais precisa sobre os curtas e vídeos no júri popular, com uma pontuação para os filmes.

A mostra Extra-FAM (não-competitiva) trouxe 15 documentários premiados, como Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel, Tamboro, de Sergio Bernardes e O rosto no espelho, de Renato Tapajós. A diversidade de temas foi proporcionada também pelas quatro mostras convidadas: Cinédia 80 Anos, Outros Olhares: Antologia EICTV – Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de los Baños (Cuba), CineFoot, com filmes sobre futebol e Mostra Universitária, com produções do curso de cinema da Unisul.

O Fórum Audiovisual Mercosul realizou cinco painéis sobre os temas mais contemporâneos da política e da produção audiovisual, com a participação de cineastas, produtores, distribuidores e autoridades do audiovisual do Brasil e países vizinhos, como Mário Diamante (Ancine), Silvio Da-Rin (TV Brasil), Gustavo Dahl (CTAv/SAV) e Javier Capra (ICAA – Argentina).

E como o Fórum é um polo de referências nas discussões que impulsionam futuras políticas públicas, as atividades Extra-Fórum, crescentes a cada edição, foram muito representativas este ano: foi realizado o I Encontro de Film Commissions da América Latina, com representantes de film comissions de diversos países, o Pré-Congresso Catarinense de Cinema, o Pré-Congresso Brasileiro de Cinema e o II Encontro das Entidades do Audiovisual do Sul.

O FAM proporcionou palestras gratuitas e abertas com Carlos Klachquin, consultor de da Dolby, com Petrus Barretto e Leandro Valiati, sobre Direito e Economia no Audiovisual, e de Realização Audiovisual com Daniel Marés e Tatiana Lee. Da mesma forma, três oficinas gratuitas foram oferecidas, das técnicas de animação em flip book, para crianças, com Marão, e de stop motion, com Homero Paz e Juan Manuel Costa. Pedro Lazzarini, durante quatro dias, realizou um workshop de fotografia cinematográfica.

As publicações especializadas no setor encontraram seu público, com o lançamento de um número especial da revista Cadernos de Pesquisa, do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB), do número 50 da revista Filme Cultura, do Centro Técnico Audiovisual (CTAv), e três títulos da coleção Indústria Cinematográfica e Audiovisual Brasileira, organizada por Alessandra Meleiro.

Filme paraguaio vence o prêmio de curtas do FAM 2010

Ao final de oito dias de exibição e de discussão sobre o cinema realizado no âmbito do Mercosul, o FAM 2010 entregou, na noite de sexta-feira, os prêmios aos vencedores das mostras competitivas. Pelo júri oficial, o prêmio de melhor curta-metragem 35 mm foi dado ao filme paraguaio Karai Norte, de Marcelo Martinessi, o de melhor vídeo ao argentino Prodigio, de Marcelo Rostagno e Gabriela Trettel, e o de melhor filme infanto-juvenil ao brasileiro A Terra a Gastar, de Cassia Mary Itamoto e Celina Kurihara, de São Paulo.

O diretor Marcelo Martinessi disse que já considera um prêmio estar presente no festival e poder assistir aos filmes produzidos no Brasil e nos demais países do Mercosul. “Creio que este é um passo importante no sentido de uma verdadeira integração entre os nossos países. O Paraguai vive um momento muito bonito, e apesar de estarmos muito atrás das outras cinematografias da região, este prêmio representa um estímulo muito grande”, afirmou o diretor paraguaio.

De acordo com o júri popular, o vencedor na mostra de curtas foi o pernambucano Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho; na mostra de vídeos o paulista Ao meu pai com carinho, de Fausto Noro; e na mostra infanto-juvenil o premiado foi Eu queria ser um monstro, do carioca Marcelo Marão. O curta catarinense Beijos de Arame Farpado, de Marco Martins, venceu os prêmios de melhor montagem e melhor direção de arte pelo júri oficial.

Entre os prêmios institucionais, Karai Norte conquistou também os troféus Quanta, Estúdios Mega e Megacolor por sua eleição como o melhor curta pelo júri oficial. O prêmio Quanta de melhor vídeo catarinense foi concedido a Itaúna Manajé: interpretação e imaginário, de Mariana Martin, eleito pela pontuação do júri popular. O prêmio Jamef de melhor curta pelo júri popular foi para Recife Frio, enquanto que o prêmio Kodak de melhor vídeo pelo júri popular foi para Ao meu pai com carinho.

Na mostra de curtas, outro filme que se destacou foi Ave Maria ou A mãe dos sertanejos, do pernambucano Camilo Cavalcante, vencedor como melhor fotografia (de Beto Martins) e melhor documentário. Recife Frio ganhou os prêmios de melhor direção e de melhor ficção. O garoto Guilherme Kury, de Groelândia (do gaúcho Rafael Figueiredo), foi escolhido o melhor ator, enquanto que a jovem atriz paulista Camila dos Anjos foi premiada por sua atuação em O nome do gato, filme de Pedro Ribeiro Coutinho.

Na mostra de vídeos, quem mais se destacou foi o argentino Prodigio, que recebeu também os prêmios de melhor direção (Marcelo Rostagno e Gabriela Trettel), melhor vídeo de ficção e melhor ator, com Marcelo Arbach. A melhor atriz da mostra de vídeos foi a chilena Paulina García, por sua magistral atuação em Miércoles 8/Martes 7.

Veja, abaixo, a relação oficial dos vencedores do FAM 2010:

PRÊMIO JÚRI OFICIAL

Mostra de Curtas Mercosul

Melhor Filme – Karai Norte, de Marcelo Martinesse (Paraguai)
Melhor Roteiro – de Paula Azutam e Renata Terra, por Teresa (SP)
Melhor Direção – Kleber Mendonça Filho, por Recife Frio (PE)
Melhor Fotografia – Beto Martins, por Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos (PE)
Melhor Montagem – Marco Martins, por Beijos de Arame Farpado (SC)
Melhor Trilha Sonora Original – Carlinhos Borges, por Azul (PE)
Melhor Direção de Arte – Loli Menezes, por Beijos de Arame Farpado (SC)
Melhor Ficção – Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho (PE)
Melhor Documentário – Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos, de Camilo Cavalcante (PE)
Melhor Animação – O Divino, de repente, de Fábio Yamaji (SP)
Melhor Ator – Guilherme Kury, por Groelândia (RS)
Melhor Atriz – Camila dos Anjos, por O Nome do Gato (SP)

Mostra de Vídeos Mercosul

Melhor Vídeo – Prodigio, de Marcos Rostagno e Gabriela Trettel (Argentina)
Melhor Roteiro – Fausto Noro, por Ao meu pai com carinho (SP)
Melhor Direção – Marcos Rostagno e Gabriela Trettel, por Prodigio (Argentina)
Melhor Fotografia – Bruno Polidoro, por Um animal menor (RS)
Melhor Edição – Luiz Duva, por 7 Voltas (SP)
Melhor Trilha Sonora Original – Mario Gil, por Áurea (RJ)
Melhor Direção de Arte – Andreia Fiorani, Mariana Negreiros e Tiago Rios, por Direita é a mão que você escreve (RJ)
Melhor Vídeo Ficção – Prodigio, de Marcos Rostagno e Gabriela Trettel (Argentina)
Melhor Vídeo Documentário – Rogério Nunes, por 7 Voltas (SP)
Melhor Vídeo Animação – Os anjos do meio da praça, de Alê Camargo e Camila Carrossine (SP)
Melhor Ator – Marcelo Arbach, por Prodigio (Argentina)
Melhor Atriz – Paulina Garcia, por Miercoles 8/Martes 7 (Chile)
Menção honrosa documentário – Mi compañero, de Juan Dario Al,agro (Argentina)
Menção honrosa ficção – Avós, de Michael Wahrmann (SP)

Mostra Infanto-Juvenil

Melhor Filme – A Terra a Gastar, de Cassia Mary Itamoto e Celina Kurihara (SP)
Menção honrosa – Eu queria ser um monstro, de Marcelo Marão (RJ) e A língua das coisas, de Alan Minas (RJ)

PRÊMIO JÚRI POPULAR

Melhor Curta 35mm – Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho (PE)
Melhor Vídeo – Ao meu pai com carinho, de Fausto Noro (SP)
Melhor Infanto-Juvenil – Eu queria ser um monstro, de Marcelo Marão (RJ)

PRÊMIO QUANTA

Melhor Curta-metragem (Eleito melhor filme pelo júri oficial) – Karai Norte, de Marcelo Martinessi (Paraguai)
Melhor Vídeo Catarinense (Eleito pela pontuação do júri popular) – Itaúna Manajé: interpretação e imaginário, de Mariana Martins

PRÊMIO MEGACOLOR

Eleito melhor filme pelo júri oficial – Karai Norte

PRÊMIO ESTÚDIO MEGA

Eleito melhor filme pelo júri oficial – Karai Norte

PRÊMIO JAMEF

Eleito melhor curta pelo júri popular – Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho (PE)

PRÊMIO KODAK

Eleito melhor vídeo pelo júri popular – Ao meu pai com carinho, de Fausto Noro (SP)

E a 15ª edição do FAM, que não é um debute, vêm aí, com data marcada, de 10 a 17 de junho de 2011. Não percam!

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