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Um futuro para a capital catarinense

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Um futuro para a capital catarinense

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Editorial do Diário Catarinense (20/06/2010)

A Ponte Hercílio Luz é muito mais do que apenas “um cartão-postal de Florianópolis”, como costuma ser qualificada. Obra-prima da engenharia das primeiras décadas do século 20, é fruto da visão e da ousadia de um grande líder político e administrador público, que lhe empresta o nome. E que morreu antes de vê-la inaugurada.

A primeira travessia entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente é tanto uma testemunha muda do crescimento desordenado e sem rumo da Capital dos catarinenses quanto uma vítima dele. Este valioso patrimônio coletivo, marco histórico feito de 5 mil toneladas de aço, só continua de pé por obra do acaso e da sorte.

Tudo leva a crer que, finalmente, dois anos após assinada a ordem de serviço e definidos os recursos, a restauração da ponte-monumento vai avançar a passos mais decisivos. E neste domingo, o Diário Catarinense inicia a publicação de uma série de três reportagens especiais, detalhando a complexa operação necessária para restaurá-la. Esta reivindicação, a restauração da Hercílio Luz, foi defendida neste jornal, ao longo dos seus mais de 24 anos de circulação. Honrando o compromisso assumido no editorial da primeira edição, no dia 5 de maio de 1986, de caminhar “de mãos dadas, como amigos que se ajudam”, com a sociedade.

Esta é uma oportunidade para lembrar algumas das causas que têm influência no desenvolvimento harmônico e na qualidade de vida dos moradores de Florianópolis e da região. Causas nas quais o Grupo RBS está engajado e às quais dá permanente atenção. Uma das mais importantes é a solução para o trânsito caótico, seus engarrafamentos crônicos e os transtornos e prejuízos causados à cidadania. Um conjunto bizarro que proporciona à cidade o título de “campeã nacional da falta de mobilidade”.

A necessidade urgente de melhorar, modernizar e diversificar o obsoleto e ineficaz sistema de transporte coletivo, do qual diariamente dependem mais de 250 mil pessoas; a garantia de segurança nas ruas; a freada na ascensão das estatísticas da violência e da criminalidade; o combate à poluição e à degradação ambiental, que ameaçam áreas de preservação permanentes, fontes e mananciais, são outros temas de interesse e vigilância permanentes nos veículos do Grupo RBS.

Há que citar, ainda, a luta pela reforma e ampliação do Aeroporto Hercílio Luz, devido à importância para uma região de marcante vocação turística, alinhada entre os principais destinos de lazer do planeta. Um aeroporto internacional apenas no nome. Sequer dá conta, com mínima eficiência, do trânsito doméstico.

Nesta postura de vigilância e cobrança propositivas, o Grupo RBS cumpre seu papel na sociedade. A finalidade crucial do jornalismo responsável é transmitir às pessoas informações verdadeiras, para que estas sejam livres e capazes de se autogovernar como cidadãos conscientes de seus direitos.

A primeira obrigação da imprensa é com a verdade. E a sua primeira lealdade é com os cidadãos.

Todas essas preocupações, todo esse contexto de problemas que fornece matéria diária para nossas páginas e programas, de informação e opinião, convergem para uma pergunta de cuja resposta dependerá o futuro imediato da região: qual o tipo de desenvolvimento que desejamos?

Queremos a cidade para as máquinas ou para quem nela e para ela trabalha e a sustenta?

O anúncio da retomada – até que enfim – da recuperação da Ponte Hercílio Luz, símbolo e orgulho da Capital, silenciosa testemunha da sua vida urbana há 84 anos, inspira essas indagações.

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