spot_imgspot_img
Florianópolis, 4 outubro 2024

Educação e identidade cultural dos pataxós é tema de exposição

VariedadesEducação e identidade cultural dos pataxós é tema de exposição
spot_img
spot_img

Compartilhe

As fotos, feitas por Sonny Thoresen, estão vinculadas ao projeto de pesquisa “Índios no Sul da Bahia”, coordenado por Augusto Oliveira, doutorando no PPGAS da UFSC

Abre nesta segunda-feira, 21 de março, na Galeria da Ponte do CFH, a exposição fotográfica Ser pataxó: educação e identidade cultural, de Sonny Thoresen e Augusto Oliveira, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da UFSC. A exposição é resultado da dissertação de mestrado de Augusto Oliveira.

As fotos, feitas pelo fotógrafo sueco Sonny Thoresen, estão vinculadas ao projeto de pesquisa “Índios no Sul da Bahia”, coordenado por Augusto. A Aldeia Indígena Nova Vida-Fazenda Bahiana, localizada a cerca de 18 km da sede do município de Camamu, é fruto de uma dissidência, ou cissiparidade, ocorrida na Reserva Caramuru-Paraguaçu para sair da violência a que estavam submetidos os indígenas na região dos municípios baianos de Itaju do Colônia, Pau Brasil e Camacã.

O processo histórico vivenciado pelo povo Pataxó pós-criação da Reserva Caramuru-Paraguaçu efetivou-se com a fusão de diversas etnias (grupos Baenã, Borun, Kamakã-Mongoyó, Kiriri-Sapuyá, Pataxó e Tupinikim) e mesmo de miscigenação com elementos étnicos não-indígenas mesclados como um único povo. Sua trajetória histórica comum caracteriza-se por uma postura de resistência e de sobrevivência física e cultural, em face à sociedade dominante e ao extermínio imposto pelo conquistador através de processos genocidas e/ou da convivência forçada com instituições nacionais voltadas para promover a segurança do processo colonizador, e edificação da sociedade e do território brasileiros como um todo homogêneo ou, noutras palavras, voltados para a política da integração nacional.

A Reserva foi criada pelo Decreto número 4081 de 19 de setembro de 1925, e pela Lei número 1916 de 09 de agosto de 1926, que lhe assegurava 50 léguas quadradas para gozo dos índios, e que menciona como tendo direito às terras os Tupinambá e Pataxó ou outros ali habitantes, fossem Macro-Jê ou Tupi, compreendendo o primeiro as etnias Baenã, Borun, Kamakã-Mongoyó, Kiriri-Sapuyá e Pataxó, e o segundo, a etnia Tupinikim. Cabe salientar que acreditava-se na possibilidade de haver outros grupos indígenas arredios ainda não conhecidos.

A exposição Ser pataxó: educação e identidade cultural é promovida pelo Núcleo de Antropologia Visual e Estudos da Imagem (Navi) e pelo PPGAS.

A Galeria da Ponte, localizada no segundo andar do prédio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), é um espaço destinado a exposições fotográficas provenientes do trabalho de campo de pesquisadores.

Serviço:
Exposição fotográfica Ser pataxó: educação e identidade cultural
Local: Galeria da Ponte – CFH/UFSC
Visitação: de 21 de março a 22 de abril
Mais informações: Augusto Oliveira: