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sexta-feira, abril 26, 2024
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Conectadas com a educação, empresas nascidas na UFSC ganharam o mundo

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Conectadas com a educação, empresas nascidas na UFSC ganharam o mundo

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Parcerias entre as universidades e o mercado de trabalho têm impulsionado o crescimento de empresas e do ecossistema de inovação catarinense

A relação entre a inovação e a universidade está cada vez mais próxima em Santa Catarina, especialmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. Fortalecer os laços dessa parceria traz resultados para todo o ecossistema de inovação, rendendo inclusive avanços em pesquisas e desenvolvimento para empresas. Não é à toa que a capital catarinense é a segunda melhor cidade para se empreender no Brasil, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras realizado pela Endeavor em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) — lançado em 2021. 

Um conjunto de ações contribui para o desenvolvimento de Florianópolis e do estado como um ecossistema empreendedor.  O movimento ganhou expressão na capital desde a década de 90, quando houve um aumento do número de empresas de tecnologia e inovação se instalando e sendo criadas, o que rendeu, mais recentemente, o apelido de  “Ilha do Silício”. Apesar da parceria entre a academia e o universo empresarial se mostrar cada vez mais consolidada, especialmente no setor da tecnologia, ainda há muito para ser desenvolvido nesse sentido. 

A conexão da inovação com a universidade se dá de diferentes formas, como é o caso dos alunos empreendedores. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, é um ótimo exemplo: há casos de empresas que foram criadas dentro da universidade e, com inovação, ganharam o mundo. Muitas delas mantêm forte parceria com a academia, principalmente no segmento da tecnologia. 

Segundo Alexandre Souza, gestor da iniciativa StartupSC, idealizada pelo Sebrae/SC, a troca entre pares é um dos principais aspectos de fomento à inovação no ecossistema de tecnologia.  “Neste cenário, as instituições de ensino superior são espaços que, além de formar profissionais altamente qualificados, são berços de tecnologias que influenciam o mercado. Não à toa, regiões com pólos tecnológicos possuem centros de ensino renomados, como é o caso das universidades na região do Vale do Silício e, mais localmente, a UFSC em Santa Catarina”, complementa. 

Exemplos de sucesso

Criada no laboratório de engenharia da UFSC, a ESSS – multinacional focada em simulação computacional –  contribui com o setor de tecnologia mundial, conta com mais de 500 clientes e 24 parceiros em 42 países. “Como viemos do laboratório da UFSC, e não da área comercial, nós entendíamos sobre a tecnologia, suas especificidades do mercado de simulação computacional. Começamos há 25 anos atuando com empresas que costumam investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no país. Pela primeira vez o Brasil tinha uma empresa do segmento com uma filosofia de trabalho que olhava o longo prazo e o lado do cliente, suas demandas e necessidades, resolvendo problemas. Então optamos pelas melhores tecnologias e montamos um portfólio de soluções. Enxergamos isso em meados de 1998 e fomos em busca das melhores tecnologias disponíveis mundialmente para as demandas que as empresas tinham no país. Estudamos essas empresas e fomos entrando em contato para fazer parcerias com a ESSS. Como fomos precursores, conseguimos nos relacionar com as melhores empresas do exterior”, relembra Clovis Maliska Jr, CEO da ESSS.

Como o conhecimento é indispensável para o setor, a ESSS também contribui com a academia, fornecendo tecnologia para mais de 500 universidades da América Latina, desde a base até chegar aos projetos mais complexos. Além disso, patrocina equipes estudantis da área. O pioneirismo e a excelência das soluções da ESSS possibilitaram, entre outros destaques, a criação de softwares customizados para o Centro de Pesquisas da Petrobras,  responsável pelo Prêmio Max Award, da Fenasoft, pelo Desenvolvimento da Biblioteca de Programação COI-lib. Atualmente, a companhia conta com mais de 180 funcionários e operação em nove países. Além disso, é Ansys Elite Channel Partner, qualificação que é concedida a poucos dos mais de 80 parceiros da desenvolvedora Ansys no mundo. 

Outro exemplo de empresa que nasceu na universidade e hoje conta com atuação internacional é o DOT Digital Group, especializado em educação digital corporativa. Era meados dos anos 1990 quando a célebre frase “Vamos colocar um computador em cada mesa de trabalho e em cada lar”, dita por Bill Gates, o fundador da Microsoft, ecoou na mente do então estudante de engenharia e administração Luiz Alberto Ferla. “Pensei: se Bill Gates fizer o que planeja, o futuro da educação e do ensino será pela internet”, recorda Ferla. Foi nesse contexto que surgiu o DOT, há 25 anos, com estrutura de startup quando este termo nem existia. Ferla, seu fundador e CEO, criou o embrião da empresa dentro de uma espécie de incubadora na UFSC, onde estudava, à época. 

Hoje, o DOT tem cerca de 350 funcionários e já capacitou mais de 10 milhões de pessoas. Além da base em Florianópolis, atua em São Paulo, Brasília, Lisboa (Portugal) e Boston (EUA). Em 2021 entrou na lista “1000 Edtechs Companies Transforming Education” (“1000 Edtechs que estão Transformando a Educação”, numa tradução livre), da publicação especializada norte-americana Edtech Digest. 

A BRy Tecnologia, empresa que desenvolve soluções de identificação, formalização e registro digital e tem mais de 20 mil clientes em todo o Brasil, é outro exemplo de empresa que nasceu conectada à UFSC e mantém esse vínculo para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. A relação começou em 2001, quando o Laboratório de Segurança em Computação da Universidade estabeleceu cooperação para o desenvolvimento de tecnologias na área de protocolos criptográficos com a BRy. O laboratório tem projetos inovadores em criptografia, e alguns deles já foram adaptados às necessidades do mercado. 

Desde então, a parceria se mantém e rendeu frutos para ambas as partes. Um exemplo disso é o projeto do diploma digital na UFSC. A BRy desempenhou papel relevante no projeto e desenvolvimento tecnológico de assinatura digital utilizado pela UFSC e outras Universidades para viabilizar o processo de emissão do diploma digital que fundamentou a regulamentação pelo Ministério da Educação. Com a solução da BRy, o diploma digital UFSC reduziu o tempo para emissão do certificado de cerca de 120 para 15 dias e diminuiu os recursos investidos no processo em mais de 70%. Carlos Roberto De Rolt, fundador da BRy, acredita que “trabalhar em conjunto com instituições de ensino e pesquisa ajuda as empresas a desenvolver soluções para os problemas que as pessoas têm hoje, e isso é fundamental para inovar transformando o conhecimento em tecnologia que agrega valor para as organizações e a sociedade”. 

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