A comunidade do Caeira do Saco dos Limões será tema de exposições apresentadas na Grande Florianópolis. O carnaval, as danças, os festejos religiosos e as histórias dos antigos moradores foram objetos de estudo do Projeto Patrimônio Caeira, desde agosto de 2010. Nas próximas semanas serão realizados eventos com exposições fotográficas, teatro, música, dança e literatura que registram e homenageiam os saberes desta comunidade.
O Projeto
O Projeto Patrimônio Caeira nasceu com o intuito de registrar parte da memória cultural desta localidade, através de entrevistas com moradores, oficinas de teatro, fotografia, leitura e escrita. As oficinas resultaram na divulgação deste conteúdo com apresentações culturais e exposições fotográficas. Com o apoio do edital de incentivo à Cultura Elisabete Anderle da Fundação Catarinense de Cultura, foi possível realizar estas oficinas e outras ações focadas nos costumes e tradições do Caeira.
Preservação quase invisível
Em termos de conservação histórica, a preservação de monumentos e prédios antigos sempre foi uma das prioridades dos governos. Com o mundo mais globalizado, permitindo que uma cultura interfira na outra, os órgãos culturais tiveram de voltar suas atenções àquele tipo de manifestação cultural que não é estática e sempre visível. Tanto quanto preservar construções seculares, os governos hoje também são responsáveis por incentivar ações culturais que valorizem e tragam à tona os costumes e saberes de certa comunidade.
Sumaya Lima, coordenadora do Projeto Patrimônio Caeira, lembra que a palavra não é “resgate”, mas sim “registro”: “Estas pessoas sempre tiveram essas tradições enraizadas em suas vidas. Logo, o nosso papel aqui é incentivar a relembrança e o registro dessas manifestações, que ainda resistem no imaginário popular desta comunidade”, enfatiza.
Próximas exposições
Após 9 meses estabelecendo contato e promovendo atividades com moradores do Caeira, pesquisas e entrevistas, o Projeto prepara uma série de exposições que condensará as principais frentes culturais da comunidade do Saco dos Limões. Entre os dias 25 e 28 de abril, serão expostas, no jardim da Fundação Cultural Badesc, Centro de Florianópolis, fotografias sobre a cultura da pipa no Caeira. A Fundação funciona de segunda à sexta-feira, das 12h às 19h, e tem entrada franca.
No dia 27 de abril, próxima quarta-feira, as tradições açorianas da comunidade do Maciço do Morro da Cruz sairão da Ilha e se apresentarão no Museu Histórico de São José. O Grupo Alegria da Terceira Idade do Caeira apresentará a dança da Ratoeira em meio a uma exposição fotográfica. A exposição de fotos apresentará imagens da Festa da Nossa Senhora do Rosário, padroeira do bairro, Terno de Reis e a própria Ratoeira, uma ciranda, na qual versinhos são endereçados a alguém da roda. Podem ser declarações de amor, de amizade, de paixão, de gratidão, mas também podem ser declarações sarcásticas ou irônicas entre rivais presentes na dança.
Como encerramento, o Projeto Patrimônio Caeira está planejando um grande evento em que apresentará todo o resultado dos meses de atividades dentro deste bairro, que não consta como tal nos correios, mas existe, numa grande união e fervor cultural. Em breve mais informações.
O quê: Exposições do Projeto Patrimônio Caeira
Quando e onde: 25 a 28 de abril, a partir das 12h, no jardim da Fundação Cultural Badesc (Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro de Florianópolis. Dia 27 de abril, às 14h30, no Museu Histórico Municipal de São José (Praça Arnoldo de Souza, 38, Centro de São José).
Quanto: Gratuito.
Contato: Sumaya Lima (coordenadora do Projeto Patrimônio Caeira): 48-99269019.
Carlos Silva (assessor de imprensa): 48-99142375.
