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sexta-feira, abril 26, 2024
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Florianópolis lança projeto que preserva trabalho das rendeiras

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Florianópolis lança projeto que preserva trabalho das rendeiras

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Programa para preservação da renda bilro foi lançado ontem na Lagoa da Conceição.

Nesta segunda-feira (03/05), no Casarão da Lagoa foi assinado o convênio entre a Prefeitura da Capital, Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) e Ministério da Cultura, por meio da Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), para implementação do Centro de Referência da Mulher Rendeira em Florianópolis. O evento contará com a presença do Coordenador Nacional do Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural (Promoart), Ricardo Lima, que vai apresentar às rendeiras, comunidade e autoridades municipais as ações e o cronograma de atividades que serão desenvolvidas com vistas à valorização e preservação da renda de bilro no município.

O programa prevê como ponto de partida a reforma e estruturação do Centro Cultural Bento Silvério (Casarão da Lagoa) para funcionar como Centro de Referência da Mulher Rendeira. Enquanto as obras estiverem em andamento outras ações serão executadas em paralelo. Entre elas: a realização imediata de um levantamento sócioeconômico e cultural para identificar as rendeiras em atividade ou não, visando recuperar toda a memória do processo de produção da renda de bilro; elaboração de um inventário de referências culturais da renda; realização de oficinas de gestão, associativismo e repasse de saberes; produção de um documentário e um livro de memória sobre esse artesanato tradicional de Santa Catarina. O trabalho, que vai abranger inicialmente a região da Lagoa da Conceição, será estendido a outros grupos de rendeiras de Florianópolis.

O Promoart está sendo implantado de forma piloto em 65 municípios do Brasil, integrado ao Programa Mais Cultura do Minc, e apenas duas cidades de Santa Catarina foram selecionadas nessa fase: Florianópolis, com a renda de bilro; e Itaiópolis, com os bordados ucranianos e pêssankas de Iracema. A seleção dos municípios levou em conta a importância cultural da atividade, a alta qualidade do artesanato, além da variedade de tipologias e técnicas envolvidas no processo de elaboração.

As rendeiras de Florianópolis terão um espaço permanente para valorização e preservação da renda de bilro como referência cultural da cidade. Um termo de cooperação para viabilizar a proposta será assinado em março entre o Ministério da Cultura e a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes. A iniciativa vai transformar o Casarão da Lagoa em um Centro de Referência da Mulher Rendeira, na Lagoa da Conceição.O objetivo é evitar que essa tradição cultural desapareça, tornando-a mais conhecida e valorizada por moradores e turistas.

Para isso, será realizado um censo de identificação das rendeiras da cidade e elaborado um inventário de referências culturais da renda de bilro catarinense. Também serão produzidos um documentário e um livro de fotografias. No total, 65 cidades foram escolhidas para iniciativas semelhantes e irão dividir R$ 1,3 milhão em recursos federais. O programa fornecerá matéria-prima e instrumentos de trabalho para a realização de oficinas com as rendeiras consideradas mestres populares, para garantir o repasse de conhecimento sobre cantorias, formas de fazer o pique, pontos e almofadas. A renda de bilro veio para o Brasil com os portugueses, oriundos especialmente do arquipélago dos Açores.


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