Coordenadora do Programa de Responsabilidade Social no Varejo da Fundação Getúlio Vargas palestrou nessa terça-feira na Convenção Lojista
Farmácia de manipulação que oferece ao cliente a opção de dar o destino correto aos vidros e plásticos dos produtos consumidos, loja de iluminação que coleta e descontamina lâmpadas florescentes, açougue que oferece à comunidade uma biblioteca dentro do próprio estabelecimento. Estes foram alguns dos cases de sustentabilidade no varejo apresentados pela professora e pesquisadora Roberta Cardoso, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante palestra nessa terça-feira (28/9), na 51ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, em Florianópolis.
Coordenadora técnica do Programa de Responsabilidade Social no Varejo da FGV, procurou mostrar aos lojistas a importância de modificar o seu modelo de negócio de consumo frente a este crescente cenário de escassez de recursos mundial. “Precisamos repensar a forma como estamos gerindo as nossas empresas, reformular a nossa atuação com base em ações sustentáveis. Obviamente, primeiro sobressaem-se o preço e a qualidade do produto ou serviço oferecido, mas a sustentabilidade precisa vir em seguida atrelada ao negócio”, destacou. Ela ainda salientou que o próprio consumidor está mais consciente, além do aumento da legislação e da pressão de ONGs.
“Há uma mudança de perfil de consumo, o cliente quer saber o histórico do produto que está comprando, qual a sua procedência, o varejo precisa estar preparado e investir em ações sociais em ambientais”, disse a pesquisadora e também doutora em administração. Roberta enfatizou que investir em sustentabilidade não significa diminuição de lucro, muito pelo contrário, trata-se de um investimento de longo prazo e de fidelização com o cliente. “A sustentabilidade, se bem feita, pode ser transformada em lucro. Um ponto crucial é fazer bem a comunicação no ponto-de-venda, informar o que está sendo feito neste sentido”, disse. Destacou ainda a importância de se antecipar à legislação e sair na frente apostando no sustentável: “enquanto uns choram, outros fabricam o lenço”, brincou.