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quinta-feira, abril 25, 2024
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Terceiro dia de Fazendo Gênero oferece mesas-redondas e atividades culturais

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Terceiro dia de Fazendo Gênero oferece mesas-redondas e atividades culturais

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O terceiro dia da 9ª edição do Fazendo Gênero movimenta a universidade com seus Cerca de 4.500 participantes. Pela manhã, a exposição de pôsteres e fotos, a mostra audiovisual e as mesas-redondas espalhadas em diversos centros da Universidade serviram de base para as discussões sobre diásporas, diversidades e deslocamentos, o tema desta edição. O grande evento vespertino foi a exibição de três documentários da cineasta e professora do departamento de estudos femininos da Universidade da Califórnia em Berkeley, Trrnh T. Minh-Hà: Reassemblage, Shoot for the contents e A tale of love.

A professora Aglair Bernardo, do departamento de jornalismo da UFSC, palestrou sobre o uso de tecnologias junto aos atletas olímpicos. Em substituição ao professor da Universidade Estadual Paulista, Carlos José Martins, apresentou e analisou três casos que envolvem a vida dos esportistas e suas relações com o gênero. “Fazendo Gênero é o grande congresso dessa área no Brasil e merece todos os destaques possíveis. É um privilégio para a UFSC abrigar esse encontro. A questão ´gênero` implica nos mais variados aspectos sociais, e todas as discussões acontecem aqui, no nosso quintal”, destaca, orgulhosa.

A psicóloga soteropolitana Alessandra Almeida participou de discussões sobre psicanálise e gênero, militância e feminismo em movimento na América Latina. “Uma palestra que muito me marcou foi a de Patrícia Porchat, que apresentou um diálogo interessante sobre a psicanálise e a feminista estadunidense Judith Butler”, revela Alessandra, que vê no congresso uma importante contribuição para sua luta: “que a psicologia assuma de uma vez por todas o discurso da educação para o gênero”.

A única crítica da psicóloga é o mau aproveitamento das figuras latino-americanas no evento. “Temos feministas fantásticas no Brasil e no continente. Não precisávamos abrir e fechar o Fazendo Gênero com americanos e europeus. Ainda temos muitos reflexos de um povo colonizado e recorremos às antigas metrópoles quando temos indígenas, profissionais da Nicarágua, da Argentina”, defende a soteropolitana.

Esse já não é o pensamento da professora da Universidade de Buenos Aires, Dora Barrancos. “Não concordo com a regionalização exagerada. O feminismo tem início no ambiente anglo-saxão. É claro que não podemos nos prender apenas a essa grande fonte de inspiração, mas a pluralidade é importante. Gosto de tudo misturado”, opina.

Para Dora, o Fazendo Gênero está excelente. “Não tive tempo de vir nas edições anteriores como eu gostaria, mas nossas discípulas puderam acompanhar. A Argentina tem tido uma grande participação em quantidade e qualidade”, comemora. Em sua palestra, Dora falou sobre os aspectos da história do feminismo e mostrou que o movimento é plural. Citou o crescimento do feminismo relacional – “aquele que transborda a ideologia feminina e auxilia na luta de outras minorias, como as classes trabalhadoras”.

As mudanças do feminismo também foram destacadas: “o movimento que antes era maternal, hoje é quase anticoncepcional. Seu histórico é anterior aos próprios estudos acadêmicos sobre a área”, lembra a professora.

Mais informações: www.fazendogenero9.ufsc.br

Por Murilo Braga/ Bolsista de Jornalismo na Agecom

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