Os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vão entrar em greve a partir do dia 11 de julho. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, 21, quando 695 docentes compareceram às urnas para votar sobre a adesão ao movimento. Destes 382 (54,96%) votaram a favor da paralisação e 302 (43,45%) manifestaram-se contra.

A votação também computou 5 votos em branco e 6 nulos, equivalentes a 1,57% dos votantes. A greve vai atingir os campi de Florianópolis, Araranguá, Curitibanos e Joinville.

A data de início da paralisação foi deliberada na primeira etapa da Assembleia Geral Extraordinária (AG), que aconteceu na quarta-feira, 20, e reuniu 193 professores. A segunda etapa da AG foi a votação em urna na quinta-feira.

A presença de 695 associados nas urna obedeceu ao critério estabelecido pelo Estatuto do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical), que, em caso de deliberação sobre greve, exige a participação mínima de 25% dos associados. Atualmente, esse número corresponde a 607 docentes.

A pauta de reivindicações da categoria inclui a equiparação da carreira com a dos servidores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sua reestruturação, bem como a recomposição salarial. Outro ponto de reivindicação é o reenquadramento dos docentes aposentados na carreira e também a equiparação salarial entre as carreiras do Magistério Superior e Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.

Desde 2009, os docentes vêm negociando com o governo. O acordo assinado no ano passado possibilitou a incorporação da Gratificação Específica do Magistério Superior e da Gratificação Específica de Atividade Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico ao vencimento básico e um aumento de 4%, a partir de 1º de março de 2012, com prazo final em 31 de março de 2012.

Ainda em 2011, foi instituído um Grupo de Trabalho para discutir a reestruturação da carreira, mas as negociações pouco avançaram. O governo chegou a marcar uma reunião para o dia 19 de junho de 2012 onde apresentaria uma nova proposta.

Porém, alegando compromissos com a Rio +20, o encontro foi desmarcado pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, que não apresentou uma nova data para negociação com a categoria de professores universitários.